Futebol Nacional

Landim e vices do Flamengo faltam a sessão de CPI sobre incêndio

Folhapress | 07/02/20 - 13h51
Fotoarena/Folhapress

Convidado a depor na CPI que apura as causas e responsabilidade pelo incêndio no Ninho do Urubu, o presidente do Flamengo, Rodolfo Landim não compareceu à sessão realizada na manhã desta sexta-feira (7) na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).

Em sua ausência, nenhum vice-presidente representou o clube rubro-negro, e os convocados serão conduzidos de forma coercitiva na próxima sexta-feira (14), segundo o deputado Alexandre Knoploch (PSL), presidente da CPI. São eles Landim, o vice-Jurídico, Rodrigo Dunshee, e o ex-vice de Patrimônio, Alexandre Wrobel.

O ex-presidente Eduardo Bandeira de Mello, também chamado, informou que chegaria na parte da tarde. Os únicos representantes do Flamengo foram o CEO, Reinaldo Belotti, o diretor-jurídico, Antonio César Panza, e o advogado William de Oliveira.

Os pais do garoto Pablo, uma das dez vítimas fatais, participaram da audiência, assim como membros do Corpo de Bombeiros, da Polícia, Ministério Público, dentre outros órgãos. As demais famílias que ainda discutem a indenização não se fizeram representar.

"No dia da morte do meu filho não tive um contato do clube, soube pela imprensa. Eu não tive acompanhamento psicológico, o Flamengo não me ajuda em nada. Não houve contato nenhum", relatou Wedson Cândido de Matos, pai do jovem.

Advogada da família, Mariju Maciel pediu atenção por parte do Flamengo. "A gente queria atenção. É muito triste receber um caixão e ver as pessoas transformarem isso em dinheiro. Estamos falando de dor, não de dinheiro", disse.

A comissão não trata exclusivamente da tragédia no Ninho, mas também de incêndios de grandes proporções ocorridos no Rio de Janeiro recentemente, casos do Museu Nacional e do Hospital Badim, por exemplo.

O clube já tem acordo com as famílias de Cedinho, Athila, Vitor Isaias, e com o pai de Rykelmo. O Fla paga uma pensão mensal de R$ 10 mil para as famílias das vítimas.

Pablo era primo do zagueiro Werley, do Vasco. Na última quarta-feira (5), após atuar como titular na vitória cruzmaltina por 1 a 0 sobre o Oriente Petrolero (BOL), pela primeira fase da Copa Sul-Americana, defensor - muito emocionado - falou sobre a situação e pediu punição aos culpados.

"É uma situação difícil, né? Sábado faz um ano. Foi um ano muito difícil, perdi um primo que era praticamente um filho. Morou alguns meses comigo. A dor ainda continua, essa ferida nunca vai se fechar. Nem para a nossa família, para os pais dele... Mas temos de seguir a nossa vida. Pablo tinha o sonho de se tornar jogador profissional que, infelizmente, foi interrompido por aquela tragédia", disse ele, que completou:

"Os advogados estão cuidando disso junto com meus tios. Está difícil. Ainda não foi fechado o inquérito. Um ano se passou e as coisas estão paradas. A gente só quer que o culpado seja punido. Alguém é culpado. Como disse, cresci dentro de concentração... Infelizmente, acontece...".