O jornal francês Le Monde, condenado nas redes sociais por sua crítica negativa ao filme "Ainda Estou Aqui", de Walter Salles, está acusando os internautas brasileiros de lotar o perfil do veículo nas redes sociais com ofensas.
LEIA TAMBÉM
"Em dois dias, o jornal teve que apagar cerca de 21.600 comentários de conteúdo ofensivo, principalmente no Instagram, em comparação com 700 por dia em tempos normais. Uma 'invasão' que a imprensa brasileira amplamente repercutiu", afirmou.
A crítica de Jacques Mandelbaum, publicada no dia 15 de janeiro, diz que o filme é tradicional e classifica como monocórdica a performance de Fernanda Torres -que lhe rendeu, dentre outras homenagens, um Globo de Ouro e uma indicação ao Oscar de melhor atriz.
O jornal expõe comentários inflamados de defensores do filme, acusando-os de desrespeito e de terem comparado franceses a "porcos que não tomam banho".
Segundo o texto de Bruno Meyerfeld, as pessoas têm medo de criticar o filme. "Diante desse entusiasmo oficial, os desapontados e os desconfiados se tornam cautelosos. 'Meu marido e eu não gostamos do filme, mas preferimos não falar isso em voz alta...', elude uma jovem espectadora. 'Não quero colocar a mão nesse vespeiro'".
Além da indicação de Torres, "Ainda Estou Aqui" também foi indicado a melhor filme e melhor filme estrangeiro. A atriz vive Eunice Paiva, mãe de cinco filhos que decide estudar direito após o sequestro e assassinato do seu marido, o ex-deputado Rubens Paiva, papel de Selton Mello, pela ditadura militar.
O longa de Walter Salles, que acompanha a busca de Eunice pela justiça, é baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva. "Ainda Estou Aqui" levou mais de 3 milhões de brasileiros às salas de cinema e foi amplamente elogiado pela imprensa estrangeira.
+Lidas