Polícia

Mãe de menino morto em piscina no Francês está sendo vítima de preconceito, diz advogado

Teresa Cristina | 28/07/21 - 17h30

“Ela está sendo condenada por viver uma relação homoafetiva (sic) e por ser do Candomblé”, a afirmação é do advogado Carlos Ângelo, que faz a defesa de Camila Moreira, presa no último sábado suspeita suspeita de abandono de incapaz, depois que seu filho, Luan Henry de Souza Dantas morreu afogado em uma casa, na Praia do Francês. 

Ao TNH1, Carlos Ângelo afirmou que Camila, que também é advogada, está sendo vítima de preconceito por ter uma relação com um homem trans. “Vivemos em uma sociedade extremamente machista. Além disso, tem a questão da religião”, afirmou Carlos Ângelo. 

O advogado contou que ingressou com uma ação contra o estado pela ilegalidade da prisão da sua cliente. “Foi um absurdo o que aconteceu. Não tem nenhum laudo, que comprove nada, além da causa da morte, que foi por  afogamento”, disse Carlos Ângelo se referindo ao fato de a Polícia Civil iter informado que estava investigando se o menino foi vítima de abuso sexual. 

“Era uma criança muito bem cuidada, muito amada. O que aconteceu foi uma fatalidade. Vamos provar a inocência da Camila. O que aconteceu foi uma tragédia. Ela está muito abalada, perdeu um filho e está passando por isso”, acrescentou o advogado. 

Carlos Angelo contou ainda como teria ocorrido a situação. “Camila estava com parentes e ia olhar, de tempos em tempos, o garoto, que estava dormindo. Em um determinado momento, quando ela foi, mais uma vez, olhar o filho ele não estava mais na cama e foi encontrado no fundo da piscina da casa. Eles retiraram o garoto da água, tentaram reanimá-lo, mas não conseguiram”, relatou. 

Luan Henry era filho adotivo de Camila, que tentava a guarda definitiva do garoto. Ela também tem outra criança adotada, um menino de 2 anos. “Estamos tentando regularizar a situação da guarda desta outra criança”, finalizou o advogado. 

O IML emitiu uma nota sobre a causa da morte de Luan Henry. Confira

"O Instituto de Medicina Legal de Maceió esclarece que o laudo cadavérico em relação ao exame de necropsia realizada na criança L. H. de S. S., de 02 anos, ainda não foi concluído. Que foram coletadas amostras biológicas para exames complementares. O IML emitiu apenas a declaração de óbito com a causa da morte".