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Mãe que criou Eloisa Fontes por um ano fala de infância da modelo: 'Sofreu demais'

Extra | 11/10/20 - 13h50
Reprodução/Facebook

Com a voz embargada, Nivalda Korinfsky revisita o passado e se lembra da chegada de Eloisa Fontes em sua casa, em Maceió, capital de Alagoas, aos 3 anos. A menina havia sido entregue pela mãe, Luciene Fontes, a uma amiga em comum, que pediu a ajuda de Nivalda. “O pai da Eloisa abandonou a mulher e os nove filhos e foi morar com outra mulher. A mãe da menina não tinha condições de criar os filhos e acabou distribuindo por casas de pessoas que pudessem criá-los por um tempo”, conta.

Nivalda já tinha dois filhos mais velhos quando Eloisa chegou. “Era linda e assustada”, diz a secretária, que quis adotar a menina quando ela completou 4 anos: “Mas a mãe não deixou. Disse que não queria assinar os papéis e a levou embora. Meus filhos a tratavam como irmã, sentiram muito quando ela se foi”. Só que depois disso, Nivalda soube que Luciene levou a filha para outra família e assim teria feito muitas vezes.

As duas mantinham contato por intermédio da amiga Celia, que levou Eloisa para a casa da mãe de criação, a quem a modelo só chamava de tia. Nivalda lembra que os relatos de Eloisa eram de sofrimento na casa de pessoas que a trataram como empregada: “Ela apanhava, fazia o serviço da casa. Uma criança...”.

Aos 14 anos, Eloisa quis saber de Nivalda por que ela não foi adotada. “Eu disse a ela que não poderia ir contra uma mãe. Sei o que é ter um filho arrancado de você. E eu jamais faria isso, por mais que me doesse não tê-la”, explica. Quando Eloisa se tornou modelo e já saía nas capas de revistas e editoriais de moda, Nivalda recebia um exemplar pelo correio: “Ela me mandava várias”.

Quando a filha de Eloisa nasceu, a modelo telefonou para Nivalda e pediu que ela fosse conhecer a bebê na Itália, onde estava morando com o marido, André Birleanu. “Não pude ir naquea época porque estava com coisas para resolver aqui, mas sempre nos falávamos pela internet, eu via fotos da menina, acompanhava. Até que falei que poderia ir alguns anos depois. Eloisa me disse que estava indo para os Estados Unidos morar por seis meses. Depois me bloqueou em tudo e não tive mais notícias”.

O último contato entre as duas ocorreu há 20 dias quando Eloisa mandou uma mensagem para Nivalda. “Ela perguntou como eu estava. Ela sabia que Célia tinha morrido e que éramos muito próximas. E me falou: ‘que Deus dê a ela o descanso merecido e eterno’. Quando quis saber da filha dela, Eloisa não respondeu e desligou. Só fiquei sabendo de tudo agora, copm as notícias nos jornais”, lamenta.

Nivalda diz que a relação familiar de Eloisa Fontes sempre foi muito complicada. Principalmente por questões financeiras: “Soube que ela sempre mandava dinheiro para os irmãos e irmãs. Não sei o que aconteceu para não se falarem. Só sei que ela sofreu na infância, sofreu com um marido que a agredia e está sofrendo agora. Ela nunca apresentou problemas psiquícos ou aparentava usar drogas. Algo de muito grave deve ter acontecido para ela ficar assim, Só me arrependo de não tê-la adotado. Seu futuro poderia ser bem diferente”.