Advogados de Marcelo Odebrecht trabalharam na segunda-feira, 18, para garantir que o empresário conseguisse deixar o regime fechado nesta terça – prazo previsto em seu acordo de colaboração premiada – após cumprir pena de dois anos e seis meses de prisão. A soltura estava atrelada a entrega de uma série de documentos solicitados pelo Ministério Público Federal – o material foi entregue. A expectativa era de que Odebrecht saísse no início desta tarde, mas a nova previsão é de que ele saia antes das 10h. “A própria Justiça concordou com os termos quando ele foi assinado. Como a previsão do acordo é aquele seja solto amanhã, estamos aguardando que isso seja cumprido”, disse advogado Nabor Bulhões ao sair do prédio da PF onde acabara de entregar para a juíza Carolina Lebbos, responsável por acompanhar a execução da pena de Marcelo, uma série de documentos solicitados pelo MPF. window._r4Ads.call('div-gpt-ad-1618237256620-1'); window._r4Ads.call('div-gpt-ad-1618237256607-13');Na sexta-feira passada, a força-tarefa da Lava Jato cobrou a defesa de Marcelo Odebrecht para que apresentasse “documentos faltantes” – extratos de contas, valores de bens móveis e imóveis, por exemplo – à 13.ª Vara Federal, em Curitiba, responsável pela execução penal do empreiteiro. A Procuradoria da República queria avaliar se o empresário estava fazendo “jus aos benefícios” de seu acordo de delação premiada e se, por consequência, poderia mudar de regime de cumprimento de pena. window._r4Ads.call('div-gpt-ad-1618237256620-2'); window._r4Ads.call('div-gpt-ad-1618237256607-4'); A defesa ficou no local por cerca de 20 minutos. Na saída, o advogado Nabor Bulhões apontou os “dois maiores objetivos” do empreiteiro. “Ele está preocupado com dois pontos: primeiro, voltar para a família, segundo, ser efetivo na colaboração dele como ele vem sendo efetivo na colaboração com a Justiça. São os dois maiores objetivos dele”, afirmou. Além dos pontos citados por Bulhões, o herdeiro da família Odebrecht terá de enfrentar as arestas criadas com seus parentes mais próximos ao longo do processo de prisão e de negociação e assinatura da colaboração premiada. Descontente com sua pena e com a decisão do pai, Emílio Odebrecht, em aceitar os termos do acordo, Marcelo rompeu com o patriarca do clã, com a irmã e o cunhado, o diretor jurídico da empresa Maurício Ferro. window._r4Ads.call('div-gpt-ad-1618237256620-3'); window._r4Ads.call('div-gpt-ad-1618237256607-6'); Último dia A rotina de Marcelo foi a mesma: acordar, se exercitar e comer salada, arroz, feijão e uma proteína no almoço. A possibilidade da saída do empresário tampouco alterou o funcionamento do prédio Polícia Federal, em Curitiba. window._r4Ads.call('div-gpt-ad-1618237256620-4'); window._r4Ads.call('div-gpt-ad-1618237256607-8'); Dezenas de pessoas que adentraram ao edifício de três andares, no bairro Santa Cândida, só queriam saber de um assunto: onde ficava o guichê do passaporte. A presença do preso mais famoso do local e as movimentações de seus advogados em seu último dia de regime fechado passaram despercebidas. Acordo window._r4Ads.call('div-gpt-ad-1618237256620-5'); window._r4Ads.call('div-gpt-ad-1618237256607-17'); Marcelo foi preso pela Polícia Federal em 19 de junho de 2015, na Operação Erga Omnes, 14.ª fase da Lava Jato, e condenado a 19 anos e 4 meses de prisão pelo juiz federal Sérgio Moro. Ao fechar seu acordo de delação premiada, o empreiteiro obteve o benefício de deixar o regime fechado após 2 anos e 6 meses de prisão. Ao todo, o empreiteiro vai cumprir 10 anos por lavagem de dinheiro e associação criminosa. Visto num primeiro momento como condição de um bom acordo, dado o escopo de crimes praticados pela empreiteira durante a gestão de Marcelo, após a notícia da imunidade concedida a Joesley Batista, a permanência em regime fechado foi estressando a relação com advogados, funcionários e familiares. O herdeiro chegou a se desentender com o coordenador da negociação, o advogado interno da Odebrecht Adriano Maia. Para Marcelo, na sua conta foram colocados crimes a mais do que os cometidos por ele. Na semana passada, em preparação para a saída do filho, na condição de presidente do Conselho de Administração, Emílio Odebrecht anunciou uma nova regra na companhia. A partir de agora, integrantes da família estão proibidos de ocupar o cargo de diretor-presidente da Odebrecht. O patriarca, por sua vez, também anunciou que antecipará sua saída da empresa para começar a cumprir sua pena prevista no acordo de colaboração. Na sua negociação, Emílio conseguiu postergar o cumprimento da pena por dois anos para que pudesse coordenador a reestruturação da empresa. “A própria Justiça concordou com os termos quando ele foi assinado. Como a previsão do acordo é aquele seja solto amanhã, estamos aguardando que isso seja cumprido.”