Alagoas

Maternidade Nossa Senhora de Fátima é alvo de novas denúncias de violência obstétrica

Eberth Lins com TV Pajuçara | 01/11/21 - 10h54
Maria Macilene deu à luz há dois meses na maternidade e diz ainda sofrer com as ações daquele dia | Foto: Reprodução / TV Pajuçara

Mais mulheres denunciam terem sido vítimas de negligência médica na Maternidade Nossa Senhora de Fátima, em Maceió. Até agora, sete casos de violência obstétrica já foram denunciados à TV Pajuçara / Record TV, um desses inclusive teria acarretado na morte de uma gestante.

Nesta segunda-feira, dia 1°, o Balanço Geral Alagoas contou o caso de Maria Macilene, que deu à luz há dois meses na maternidade e diz ainda sofrer com as ações daquele que deveria ser um dos dias mais importantes da vida. "Quando fui para a maternidade era a maior alegria, queria que meu esposo ou sobrinha fossem para registrar o momento, mas as gravações foram totalmente diferentes, foi tudo horrorizante", lembra.

Maria Macilene conta que, mesmo com a "bolsa estourada", esperou cerca de quatro horas por atendimento e que a indicação de cesariana do pré-natal foi negligencia na maternidade."Minha bolsa estourou 2h40 da manhã e cheguei lá às 5h, mas só me colocaram para dentro umas 8h30, 9h, já estava com nove centímetros de dilatação. Na hora do atendimento só faltei implorar para que fizerem uma cesariana, até pelo fato que meu filho estava com o cordão umbilical enrolado no pescoço. Fiz o pré-natal tudo certinho e a médica falou que provavelmente teriam que fazer uma cesariana, pelo fato de eu ter 39 anos", disse.

A mulher lembrou emocionada o dia do parto e disse ter temido perder o filho e a vida. "Parecia mais que eu ia morrer e meu filho estava morrendo dentro de mim, o bichinho estava defecando, saiu roxo e com uma mancha no pescoço", rememorou. "Quando tive alta e cheguei em casa, percebi que o útero estava saindo. Voltei lá e passaram a ultrapassom e dentro estava muito machucado, cheio de coágulo", acrescentou dizendo que ainda aguarda passar por uma cirurgia para reparação de um prolápso vaginal.

Nayane Barboisa disse ter sofrido violência psicológica na maternidade. Foto: Reprodução / TV Pajuçara 

Outra história contada no programa foi a de Nayane Barbosa, que diz ter sofrido violência psicologia na maternidade há oito anos. "Não gosto nem de pensar porque foi horrível. Ela [uma enfermeira ]  ficava me  pressionado, dizendo que estava vindo até o momento que uma enfermeira subiu em cima de mim", lembra a jovem que disse ainda ter ouvido piadas e palavras invasivas dos profissionais no momento do parto. As consequências, segundo Nayane, seguiram em casa após o parto. "Comecei a ter febre, tremia. Colocava dois lençóis e o frio não passava, até que percebi que não era normal. Fui num posto de saúde e me orientaram a voltar na médica. Estava saindo sangue de dentro de mim e tinha um cheiro de podre", relembrou.

Coordenadora de Obstetrícia da maternidade, dra. Avha Paixão. Foto: Reprodução / TV Pajuçara 

Maternidade diz que não houve falhas - A TV Pajuçara ouviu a Coordenação de Obstetrícia da Maternidade Nossa Senhora de Fátima. Essa, por sua vez, nega que tenha havido alguma falha e diz ter seguido todos os protocolos do Ministério da Saúde (MS) nos casos. "Não recebemos nenhum tipo de denúncia como essas que aconteceram, e para todas situações, nós temos a Ouvidoria, que funciona de segunda a sexta, tanto presencialmente quanto por telefones. Já fizemos todas as entrevistas com os profissionais envolvidos no atendimento nos dias das denuncias e apuramos que não houve, a principio, nenhum tipo de falha do atendimento, todos os protocolos foram seguidos adequadamente, assegura a coordenadora de Obstetrícia da maternidade, dra. Avha Paixão. Veja matéria completa abaixo: