Educação

MEC anula questão do Enem que já havia aparecido em prova de 2010; abstenção do 2º dia é de 32%

Fabiana Cambricoli/Estadão Conteúdo | 13/11/23 - 07h01
Divulgação/Brasil Escola

O Ministério da Educação (MEC) anunciou na noite deste domingo, 12, a anulação de uma das questões do segundo dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A pergunta já havia aparecido no Enem de 2010, na versão aplicada a pessoas privadas de liberdade e, por não ser inédita, foi cancelada. Neste domingo, foram aplicadas as provas de Ciências da Natureza e de Matemática. A questão anulada tratava sobre cobertura vacinal contra a gripe H1N1.

O anúncio foi feito pelo ministro da Educação, Camilo Santana, e pelo presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Manuel Palacios, em coletiva de imprensa.

Questionados sobre a repetição da questão e de como fortalecer o banco de itens que embasam as provas, Palacios afirmou que o Inep abrirá em janeiro um edital para seleção de elaboradores e revisores de questões para ampliar esse banco.

Abstenção

No evento, Santana informou que o segundo dia de provas teve uma taxa de abstenção de 32%, superior à verificada no primeiro dia de provas, dia 5, quando 28,1% dos candidatos não compareceram.

Em relação ao segundo dia de provas do exame do ano passado, o índice se manteve praticamente estável (32,1% em 2022).

Gabarito oficial e resultados

O gabarito oficial da prova, previsto inicialmente para ser divulgado no dia 24, será publicado agora às 19h da próxima terça-feira, dia 14.

Os resultados do exame sairão em 16 de janeiro de 2024.

Prazo para reaplicação da prova

O Inep informou ainda que o prazo para solicitar a reaplicação da prova será de 13 a 17 de novembro por meio da Página do Participante, no site do Inep. Quem foi prejudicado por problemas logísticos ou acometido por doenças infectocontagiosas, como prevê o edital, pode pedir para fazer as provas nos dias 12 e 13 de dezembro.

O mesmo vale para as pessoas que não compareceram porque foram alocadas a uma distância superior a 30 quilômetros da residência informada na inscrição.

Candidatos eliminados

Santana informou ainda que 2.217 candidatos foram eliminados neste domingo por razões como portar equipamento eletrônico, ausentar-se antes do horário permitido (15h30), utilizar materiais impressos e não atender orientações dos fiscais.

O número é bem inferior aos 4.293 candidatos eliminados no primeiro dia de provas.

Incidentes

O ministro disse ainda que foram registrados 859 problemas logísticos, como emergências médicas e interrupções temporárias de energia elétrica - nenhum de maior repercussão, segundo Santana.

Ele informou que o único incidente de maior destaque foi a identificação, pelo governo federal, da circulação do caderno de questões na internet por volta das 17 horas, uma hora antes do que é permitido aos candidatos saírem do local de prova com o caderno.

Afirmou que a Polícia Federal irá investigar o ocorrido, mas que não há nenhum prejuízo aos participantes porque não houve vazamento da prova antes do horário do início do exame.

Mais cedo, o Inep informou que a operação de segurança para aplicação do Enem 2023 já havia identificado oito pessoas que divulgaram imagens dos cadernos de questões durante as provas do primeiro domingo, no dia 5.

As fotografias foram detectadas por meio de monitoramento do Ministério da Educação (MEC) e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que prontamente acionaram a Polícia Federal para investigar as irregularidades. "Após apurações, não há nenhuma informação de postagem de conteúdo da prova antes do horário estipulado para início da aplicação", destacou o Inep, em nota.

De acordo com o instituto, a Polícia Federal (PF) identificou e já colheu depoimento das pessoas que cometeram as irregularidades nas cidades de Caruaru (PE), Natal (RN), Cornélio Procópio (PR) e Brasília (DF). "Além disso, ainda estão sendo realizadas diligências no Rio Grande do Sul e no Ceará. A operação também apreendeu materiais com suspeita de uso para aplicação de fraude ao exame em Maceió (AL) e Vitória da Conquista (BA). As empresas responsáveis pelo gerenciamento das mídias sociais foram oficializadas para preservar as imagens das provas e auxiliar com o rastreamento das postagens", declarou.