Um médico esportivo alemão, identificado apenas como Mark S., que vem sendo julgado por comandar uma rede internacional de doping para atletas, admitiu nesta terça-feira (29) ter ajudado, por anos, atletas com doping sanguíneo, mas disse que não teve lucro. O réu responde por várias acusações, entre elas, a ter colaborado com pelo menos 23 atletas, de oito países, a obterem vantagem injusta ao longo de vários anos.
"Não tive lucro com o doping", afirmou ele em um comunicado lido por seus advogados no tribunal. O réu também disse que nunca colocou em risco a saúde dos atletas, mas admitiu o doping sanguíneo. “Para mim sempre foi importante não prejudicar a saúde dos atletas”.
O caso é resultado da Operação Bloodletting, em que a polícia invadiu o Campeonato Mundial de Esqui Nórdico na Áustria, em fevereiro de 2019, prendendo atletas poucas horas antes do início de um evento. Mark S. foi preso na Alemanha.
Os promotores dizem que ele está por trás das transfusões de sangue para melhorar o desempenho, principalmente para esquiadores e ciclistas. Eles acreditam que o médico esteve envolvido neste tipo delito, pelo menos desde o final de 2011.
Quatro outros suspeitos estão em julgamento, acusados de ajudá-lo na coleta e fornecimento de sangue. Se condenado, o médico pode ser colocado atrás das grades por um período de um a dez anos. O julgamento deve continuar até pelo menos meados de dezembro