O aperfeiçoamento das técnicas cirúrgicas tem garantido a rápida recuperação dos pacientes. A videolaparoscopia, que utiliza uma microcâmera de vídeo, geralmente, através de uma pequena incisão na região abdominal do paciente, tem sido um diferencial na vida de quem precisa passar por operações, por vezes simples, como as de hérnia.
Em Maceió, o cirurgião Antônio de Pádua realiza cirurgias bariátricas, por videolaparoscopia desde 1992. Em 1994, realizou a primeira desse tipo para o tratamento de uma hérnia inguinal. De acordo com o especialista, essa técnica traz muitos benefícios para o paciente.
“Além de evitar um corte maior, a recuperação do paciente é muito mais rápida. Em pouco tempo ele estará de volta às suas atividades normais. Se formos fazer uma comparação entre a cirurgia videolaparoscópica e a técnica convencional (aberta), podemos afirmar que na primeira o paciente se recupera em torno de uma semana. Já na tradicional, o corpo leva de 45 a 60 dias para se recuperar”, destacou Pádua.
Com o auxílio de um monitor, o cirurgião leva a câmera por entre os órgãos do paciente a fim de efetuar as correções de maneira minimamente invasiva. No entanto, o procedimento exige anestesia geral e 24 horas de internação antes de ser concedida alta ao paciente. Em casa, a recuperação leva de uma a três semanas.
“Sob o ponto de vista histórico, exista mais de 80 técnicas para a cirurgia aberta de hérnia, a recidiva, ou seja, a volta da doença fica em torno de 25%. Com a laparoscopia, esse número cai para 1,5%”, afirma o especialista.
Apesar da eficácia, a cirurgia por videolaparoscopia ainda não é amplamente utilizada no mundo. Nos Estados Unidos, por exemplo, das cerca de 700 mil cirurgias realizadas por ano, apenas 100 mil são por essa técnica. “O custo é maior que a de uma cirurgia tradicional, mas os benefícios, não apenas para o paciente, são inúmeros. O trabalhador tem o tempo de recuperação mais curto e fica menos tempo afastado de suas funções, o que pode gerar grande economia para as empresas”, destacou Antônio de Pádua.
Causas e tipos de hérnias
Hérnia é o escape parcial ou total de um ou mais órgãos por um orifício que se abriu por má formação ou enfraquecimento nas camadas de tecido protetoras dos órgãos internos do abdome.
Existem vários tipos de hérnia. As mais comuns são a inguinal, a epigástrica e a umbilical. De modo geral, seu tratamento é cirúrgico. Não existe uma causa evidente para o surgimento do problema, mas a origem pode ser congênita, notadas logo após o nascimento, ou adquiridas ao longo da vida. Em muitos casos, a protuberância pode ser imperceptível por anos, mas os principais sintomas de um quadro inflamatório são dor intensa, rubor e calor na área.
“A cirurgia é indicada para evitar dois grandes problemas: o encarceramento, quando o intestino não consegue voltar para sua posição normal, e o estrangulamento, quando há uma diminuição da irrigação sanguínea podendo acarretar uma necrose e a necessidade de amputação de parte do órgão”, explicou o especialista.
