O modelo de avião em que estava o cantor Gabriel Diniz e os pilotos alagoanos Abraão Farias e Linaldo Xavier, e que caiu na tarde de ontem (27) matando os três, já esteve envolvido em 84 acidentes com 11 mortes em todo o mundo no último ano.
O avião Piper PA-28 aparece em um relatório da plataforma colaborativa Aviation Safety Network, e ele aponta que as 11 mortes ocorreram em nove acidentes, o último deles no dia 6 de maio, no Alabama (EUA).
De lá para cá, foram registrados outros três imprevistos sem mortes com o modelo, um deles na cidade de Tiradentes (MG), no último dia 8.
Cenipa
No Brasil, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) contabiliza 85 ocorrências com o modelo desde março de 2009, sendo 12 incidentes graves e 26 acidentes.
A aeronave é de pequeno porte e começou a ser produzida pela Piper Aircraf nos anos de 1960. Já foram fabricadas desde então mais de 32 mil unidades.
De acordo com o engenheiro aeronáutico Shailon Ian, presidente da Vinci Aeronáutica, a quantidade elevada de ocorrências é justificada pelo uso frequente da aeronave em situações de risco elevado. "Tem a ver mais com o tipo da operação do que com o próprio avião, que é um modelo usado muito para instrução e voos de finais de semana", afirma ele.
O acidente desta segunda-feira (27), que matou o Gabriel Diniz e os pilotos Abraão Farias e Linaldo Xavier, ocorreu com a aeronave de prefixo PT-KLO, fabricada em 1974. O avião, de propriedade do Aeroclube de Alagoas, estava autorizado a fazer voos de instrução e proibido de realizar táxi aéreo.
O avião tinha capacidade para transportar três pessoas, estava com o Certificado de Aeronavegabilidade regularizado até fevereiro de 2023 e tinha Inspeção Anual de Manutenção válida até março de 2020.
