Mordido no rosto por um tubarão, o surfista identificado como Vinícius usou as redes sociais, nesta sexta-feira (15), para tranquilizar familiares e amigos e atribuiu o acidente a um ato de imprudência.
O surfista diz ter sido "imprudente" por permanecer no mar no fim da tarde com um cardume de sardinhas. "Eu não fui atacado por um tubarão. Eu caí em cima dele, que fez o que qualquer ser faria, apenas se defendeu", escreveu.
"Mesmo após ver que tinha tubarão na água, continuei ali. E, sabe de uma coisa? Mal posso esperar para estar dentro daquele lugar maravilhoso, pegando essas ondas lindas! Sendo feliz, me conectando ao oceano. O que aconteceu foi um incidente, apenas isso. Aprendi bem a lição, não surfo mais final de tarde, com os bichos ali, se alimentando. Mas, enquanto tiver saúde vou pegar onda, eu preciso do mar!", acrescentou.
Nadar próximo a peixes na ilha entre as 6 e 8 horas e depois das 18 horas não é recomendado, diz o pesquisador da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Jonas Rodrigues. "Ele foi surfar na hora que o tubarão estava se alimentando. Foi ferido por uma reação", confirmou.
O caso
O surfista foi mordido por um tubarão na praia da Cacimba do Padre, em Fernando de Noronha, nessa quinta-feira (4). Ele teve ferimento no rosto, no pescoço e na orelha e foi levado pela mulher ao Hospital São Lucas. A unidade de saúde informou que o jovem chegou ao local com sangramento intenso, mas com "sinais vitais estáveis, lúcido e orientado".
Vinícius trabalha como vendedor de açaí na praia e foi pegar onda ao final do expediente. Segundo a mulher dele, Juliana Cavalcanti, o rapaz foi mordido ao cair sobre um tubarão. “Meu marido me contou que estava surfando, quando caiu e o tubarão o abocanhou. A mordida pegou no supercílio, orelha, no queixo e no pescoço. Sangrava muito", relatou Juliana.
O pesquisador Léo Veras, do Instituto Tubarões de Fernando de Noronha, analisou os ferimentos e falou com a vítima. Ele explicou ao site que não se trata de um ataque, mas sim de "um erro de identificação, um incidente". "Uma situação clássica que já ocorreu na ilha. Com certeza foi um tubarão da espécie limão, que é menos agressivo, não vê o humano com presa", afirmou o especialista.