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Morre juíza que virou ícone pop e segurou avanço conservador no Supremo dos EUA

UOL | 19/09/20 - 13h47
Divulgação

Ícone da luta pelos direitos das mulheres e membro mais antigo da Suprema Corte americana, a juíza Ruth Bader Ginsburg morreu nesta sexta-feira (18/9) aos 87 anos, vítima de um câncer.

Segundo uma nota de pesar, ela faleceu ao lado da família em sua casa na capital dos EUA, Washington DC, após metástase em um tumor no pâncreas. Desde o início do ano, ela passava por quimioterapia para tratar da recorrência do câncer.

Ela serviu por 27 anos à mais importante Corte do país e era vista como parte da ala mais liberal do tribunal.

Os juízes da Suprema Corte dos EUA têm mandato vitalício ou podem decidir se aposentar.

A morte de Ginsberg vai desencadear uma batalha política sobre quem vai sucedê-la, colocando o futuro da Suprema Corte na pauta da corrida para a eleição presidencial de novembro.

Desde que assumiu a presidência, Donald Trump, nomeou dois juízes para a Suprema Corte, e a atual formação parecia ter uma maioria conservadora de 5-4 em boa parte dos casos.

Com a morte, apoiadores Ginsburg se preocupam com a possibilidade uma sucessora ou sucessor com tendência conservadora.

RBG, como ficou popularmente conhecida, se tornou uma referência para liberais americanos e, também, um ícone pop.

Sua história foi retratada em livros e filmes e sua imagem aparece em camisetas e xícaras de café. Em festas de Halloween, crianças, adultos e até animais se vestem como ela.

A baixa estatura, atitude séria e longas pausas na fala se tornaram marcas registradas da juíza.

"Acredito que pessoas de todas as idades ficam entusiasmadas ao verem uma mulher na vida pública que tem demonstrado que, mesmo aos 85 anos, pode ser inabalável em seu compromisso com a igualdade e com a justiça", disse em 2018 Irin Carmon, uma das autoras de Notorious RBG, livro sobre a vida da juíza. "Não temos muitas figuras como ela."