Saúde

Novo quadro infeccioso registrado em bebês assusta mães pernambucanas

02/12/15 - 10h27

Bebês pernambucanos apresentam quadro infeccioso não diagnosticado (Crédito: Reprodução/Diário de Pernambuco)

Bebês pernambucanos apresentam quadro infeccioso não diagnosticado (Crédito: Reprodução/Diário de Pernambuco)

Após o surto de zika vírus, confirmado pelo Ministério da Saúde, um novo quadro infeccioso tem assustado pernambucanos e motivou uma investigação por infectologistas do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC). Os especialistas investigam bebês que deram entrada HUOC e no Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP) com sintomas de febre, irritabilidade e manchas vermelhas que evoluem para bolhas em todo o corpo.

Os infectologistas disseram que o novo quadro é incomum para crianças dessa idade, inspira cuidado, principalmente porque o diagnóstico não foi definido. Ainda assim, os especialistas descartaram qualquer relação dos casos registrados com a microcefalia, pois, em todos eles, as crianças apresentam crânios em medidas que ficam fora da faixa descrita pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para os casos de microcéfalos confirmados.

Ainda assim, os especialistas acreditam que os casos ainda não diagnosticados possam ser uma manifestação diferente de doenças como dengue, chikungunya ou zyka, essa última apontada como responsável pelo aumento de casos de microcefalia. A suspeita é que essa manifestação de “enterovírus” possa ser causada por bactérias como estreptococos e estafilococos; ou ainda ser uma associação das arboviroses com outra infecção.

Os casos foram registrados nos município de Recife, Olinda, Pesqueira e Arcoverde. Para os médicos, o incomum no quadro são as bolhas pelo corpo, que aparecem no terceiro dia de doença. Pelo menos oito crianças deram entrada no HUOC com essa característica.

“Diante do contexto em que estamos vivendo, tudo o que aparece de novo é motivo de investigação cuidadosa”, afirma a chefe da infectologia pediátrica do HUOC, Ângela Rocha.

A Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco já foi notificada sobre a situação. A maioria das crianças investigadas tem menos de seis meses de idade e algumas delas estão precisando ficar internadas.