Virginia Fonseca publicou uma foto em suas redes sociais revelando que está novamente em São Paulo para tratar de suas crises de enxaquecas. Ela, inclusive, foi diagnosticada com "cefaleia refratária à analgesia convencional". O estágio da doença acontece quando a dor de cabeça se mostra resistente a remédios analgésicos. Há anos ela tenta tratamentos médicos que possam ajudá-la com as crises.
Recentemente, Virginia começou um tratamento em São Paulo no centro Headache Center Brasil. Segundo a idealizadora do local, a neurologista Thais Villa, a influenciadora está realizando o Programa de Tratamento Enxaqueca 360º, que inclui avaliação de vários profissionais de diferentes especialidades, com a finalidade de tratar a enxaqueca.
Agora, a influenciadora está sentada na cadeira do dentista. Na imagem, ela aparece com alguns fios conectados à região da mandíbula. Ela sofre de disfunção temporomandibular, ou simplesmente DTM. Condição causada por alterações na articulação temporomandibular, que liga o maxilar ao crânio e permite mastigar e falar.
A influenciadora e ex-BBB Jade Picon também disse sofrer da mesma condição. Não é coincidência. Na verdade, a DTM é duas vezes mais comum em mulheres do que em homens.
Tipos de DTM
Existem três tipos principais de DTM: a muscular, a articular e a mista. Não há uma causa definida para a condição, mas alguns fatores aumentam o risco, como estresse, predisposição genética, desequilíbrios ou alterações hormonais, lesão na mandíbula, postura errada, artrite, bruxismo (apertamento ou ranger dos dentes), apoiar a mão na mandíbula com frequência, roer as unhas, mascar chiclete, traumas e até mesmo ansiedade e depressão.
Os sintomas afetam os músculos, a mandíbula e os nervos. Eles podem ocorrer dos dois lados da face ou em apenas um. A dor de cabeça é um dos sintomas associados à condição, pois a dor e a tensão da DTM podem se espalhar para a cabeça, causando a dor associada à condição. Muitas pessoas descrevem as dores de cabeça associadas à ATM como aguda e persistente, que piora ao mastigar ou falar.
A enxaqueca em si, que é um tipo específico de dor de cabeça, não é causada pela DTM, mas a disfunção pode piorar a dor ou desencadear crises. De acordo com a Sociedade Brasileira de DTM e Dor Orofacial (SBDOF), é bastante comum que as enxaquecas e as DTMs aconteçam simultaneamente.
Um estudo publicado em 2017 pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP concluiu que quanto mais frequente for a enxaqueca, mais severos serão os sintomas de DTM, como dificuldade de mastigação e tensão na articulação temporomandibular. A justificativa para essa associação pode estar nos níveis mais elevados de sensibilização dos pacientes.
Outros sintomas da DTM são:
Diagnóstico
O diagnóstico da condição é geralmente realizada por um cirurgião bucomaxilofacial, após o paciente relatar os sintomas. Há também dentistas especializados em DTM e dor facial. Em alguns casos, podem ser solicitados exames de imagem como tomografia e ressonância magnética.
Tratamento
O tratamento varia de acordo com os sintomas, a intensidade da dor e a causa do sintoma. Por exemplo, nos casos de bruxismo, pode haver necessidade de usar uma placa estabilizadora para dormir e, em casos de bruxismo de vigília, até mesmo durante o dia. Isso ajuda a estabilizar a articulação, protege os dentes e diminui o bruxismo.
Fisioterapia, acupuntura, psicoterapia, gerenciamento do estresse e medicamentos para controle da dor também podem ser indicados, a depender do caso. Quadros mais graves podem se beneficiar de terapias minimamente invasivas, como infiltração de ácido hialurônico ou aplicação de toxina botulínica. Raramente, a cirurgia é recomendada como tratamento da DTM.
Em períodos de crise, o paciente é aconselhado a realizar uma dieta com alimentos macios e comer devagar. Compressas de calor também ajudam a reduzir a dor. No geral, pessoas com DTM são aconselhadas a reduzir a abertura da boca, não roer as unhas, não mascar chicletes e não apoiar a mão na mandíbula com frequência.
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