O que é a disfunção temporomandibular, distúrbio sofrido por Virginia Fonseca?

Publicado em 28/11/2024, às 14h13
Virginia Fonseca passa por tratamento odontológico contra crises de enxaquecas - Foto: Reprodução/Redes Sociais
Virginia Fonseca passa por tratamento odontológico contra crises de enxaquecas - Foto: Reprodução/Redes Sociais

Por Extra Online

Virginia Fonseca publicou uma foto em suas redes sociais revelando que está novamente em São Paulo para tratar de suas crises de enxaquecas. Ela, inclusive, foi diagnosticada com "cefaleia refratária à analgesia convencional". O estágio da doença acontece quando a dor de cabeça se mostra resistente a remédios analgésicos. Há anos ela tenta tratamentos médicos que possam ajudá-la com as crises.

Recentemente, Virginia começou um tratamento em São Paulo no centro Headache Center Brasil. Segundo a idealizadora do local, a neurologista Thais Villa, a influenciadora está realizando o Programa de Tratamento Enxaqueca 360º, que inclui avaliação de vários profissionais de diferentes especialidades, com a finalidade de tratar a enxaqueca.

Agora, a influenciadora está sentada na cadeira do dentista. Na imagem, ela aparece com alguns fios conectados à região da mandíbula. Ela sofre de disfunção temporomandibular, ou simplesmente DTM. Condição causada por alterações na articulação temporomandibular, que liga o maxilar ao crânio e permite mastigar e falar.

A influenciadora e ex-BBB Jade Picon também disse sofrer da mesma condição. Não é coincidência. Na verdade, a DTM é duas vezes mais comum em mulheres do que em homens.

Tipos de DTM

Existem três tipos principais de DTM: a muscular, a articular e a mista. Não há uma causa definida para a condição, mas alguns fatores aumentam o risco, como estresse, predisposição genética, desequilíbrios ou alterações hormonais, lesão na mandíbula, postura errada, artrite, bruxismo (apertamento ou ranger dos dentes), apoiar a mão na mandíbula com frequência, roer as unhas, mascar chiclete, traumas e até mesmo ansiedade e depressão.

Os sintomas afetam os músculos, a mandíbula e os nervos. Eles podem ocorrer dos dois lados da face ou em apenas um. A dor de cabeça é um dos sintomas associados à condição, pois a dor e a tensão da DTM podem se espalhar para a cabeça, causando a dor associada à condição. Muitas pessoas descrevem as dores de cabeça associadas à ATM como aguda e persistente, que piora ao mastigar ou falar.

A enxaqueca em si, que é um tipo específico de dor de cabeça, não é causada pela DTM, mas a disfunção pode piorar a dor ou desencadear crises. De acordo com a Sociedade Brasileira de DTM e Dor Orofacial (SBDOF), é bastante comum que as enxaquecas e as DTMs aconteçam simultaneamente.

Um estudo publicado em 2017 pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP concluiu que quanto mais frequente for a enxaqueca, mais severos serão os sintomas de DTM, como dificuldade de mastigação e tensão na articulação temporomandibular. A justificativa para essa associação pode estar nos níveis mais elevados de sensibilização dos pacientes.

Outros sintomas da DTM são:

  • Dor de cabeça ou enxaqueca;
  • Dor orofacial (dentes, boca e maxilares);
  • Dor e zumbido no ouvido;
  • Dor no fundo dos olhos;
  • Estalos e limitação dos movimentos da mandíbula, como travamentos ou dificuldade para abrir e fechar a boca;
  • Dor, sensibilidade e inflamação na face, mandíbula e pescoço;
  • Limitação de movimento no pescoço ("travamento");
  • Incompatibilidade entre os dentes superiores e inferiores ao fechar a mandíbula;
  • Músculos rígidos da mandíbula;
  • Dor no ombro;
  • Tontura;
  • Perda de audição.

Diagnóstico

O diagnóstico da condição é geralmente realizada por um cirurgião bucomaxilofacial, após o paciente relatar os sintomas. Há também dentistas especializados em DTM e dor facial. Em alguns casos, podem ser solicitados exames de imagem como tomografia e ressonância magnética.

Tratamento

O tratamento varia de acordo com os sintomas, a intensidade da dor e a causa do sintoma. Por exemplo, nos casos de bruxismo, pode haver necessidade de usar uma placa estabilizadora para dormir e, em casos de bruxismo de vigília, até mesmo durante o dia. Isso ajuda a estabilizar a articulação, protege os dentes e diminui o bruxismo.

Fisioterapia, acupuntura, psicoterapia, gerenciamento do estresse e medicamentos para controle da dor também podem ser indicados, a depender do caso. Quadros mais graves podem se beneficiar de terapias minimamente invasivas, como infiltração de ácido hialurônico ou aplicação de toxina botulínica. Raramente, a cirurgia é recomendada como tratamento da DTM.

Em períodos de crise, o paciente é aconselhado a realizar uma dieta com alimentos macios e comer devagar. Compressas de calor também ajudam a reduzir a dor. No geral, pessoas com DTM são aconselhadas a reduzir a abertura da boca, não roer as unhas, não mascar chicletes e não apoiar a mão na mandíbula com frequência.

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