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Os clubes do Brasil já tiveram um período de maior dominância continental que o atual?

23/10/21 - 09h21

Apesar dos torcedores dos clubes brasileiros e quem acompanha o futebol nacional não estar muito empolgado com o nível do futebol apresentado, com algumas exceções, os clubes do Brasil tem uma dominância na América do Sul que é difícil pensar em paralelos históricos.

Dos 4 semifinalistas da Copa Libertadores da América, três são brasileiros. Dos quatro semifinalistas da Copa Sul-Americana de 2021, dois são brasileiros e ambos são os favoritos nas casas de apostas como a Sportingbet io.

Uma casa como a Sportsbet tem algoritmos e equipes de análise estatística que cruzam dados como desempenho ofensivo, defensivo, qualidade dos jogadores, confrontos diretos, retrospecto recente e mais uma série de números para criar as odds, as probabilidades estatísticas que explicam qual a viabilidade de determinado cenário.

Hoje, ao analisar todos esses fatores, os clubes brasileiros saem à frente dos rivais da América do Sul, mas o principal argumento é o dinheiro. Mesmo que o Brasil esteja em crise econômica, ela não se compara à crise argentina, às limitações naturais do Uruguai e Paraguai e o menor poder de fogo de clubes da Colômbia, Equador e Chile, para citar os principais rivais continentais.

Isso ficou mais evidente com a organização dos clubes brasileiros e sua geração de receitas sem paralelos, especialmente de Flamengo e Palmeiras, e também o apoio multimilionário dos mecenas do Atlético-MG. Não à toa o Flamengo foi o Campeão da Libertadores em 2019, o Palmeiras em 2020 e os três clubes são semifinalistas em 2021.

Esse domínio tão grande já existiu em alguma outra década? Analisando a partir dos primeiros anos da Libertadores é possível ter uma resposta.

Anos 60

A primeira Copa Libertadores foi realizada em 1960 e tanto essa como a segunda foram vencidas pelo Peñarol. O time uruguaio tentava o tri quando o imparável Santos de Pelé venceu a final em 1962, com um 3 a 0 em Buenos Aires no jogo de desempate. O Santos bateu o Boca Juniors, com um triunfo em plena Bombonera em 1963, mas depois de ser eliminado pelo campeão Independiente em 1964 preferiu fazer excursões e abrir mão da competição.

Os resto dos anos 60 foi dominado pelos times argentinos, com o Estudiantes sendo tri seguido (68, 69 e 1970), o Racing tendo o seu título e o Peñarol de intruso com mais para o futebol uruguaio.

Anos 70

Apenas o Cruzeiro foi campeão da Libertadores entre os clubes brasileiros, com argentinos (Independiente e Boca Juniors) sendo campeões e o Nacional sendo campeão para o Uruguai. O Olimpia do Paraguai fez história com sua primeira conquista, em 1979.

Os times brasileiros não davam tanta importância para a Libertadores nessa época e a fama da competição ser mal-organizada e violenta não pode ser descredenciada nem pelos maiores fãs do futebol sul-americano.

Anos 80 e 90

Os anos 80 tiveram dois brasileiros campeões da Libertadores logo de cara com Flamengo em 1981 e Grêmio em 1983, mas uma seca grande até o final da década. O São Paulo chegou com tudo nos anos 90, vencendo em 1992 e 1993 e chegando à final em 1994, onde só foi derrotado nos pênaltis.

Este é o período mais próximo de uma hegemonia que se assemelha à atual, já que o Grêmio foi campeão em 1995, o Cruzeiro em 1997, o Vasco em 1998 e o Palmeiras em 1999. A diferença neste domínio pode ser explicada de forma um pouco diferente da atual: o Brasil estava revelando muitos bons jogadores – tanto que a seleção foi campeã em 1994, vice em 1998 e campeã em 2002 – e os atletas ficavam um pouco mais em seus clubes que atualmente.

Anos 2000

Nos anos 2000 as diferenças econômicas começaram a ficar mais claras e o futebol uruguaio, que sempre foi forte, começou sua longa decadência. São Paulo em 2005, Internacional em 2006 e 2010, Santos em 2011, Corinthians em 2012 e Atlético-MG em 2013 ganharam títulos e vários brasileiros chegaram perto, como o São Caetano em 2002, Fluminense em 2008 e Cruzeiro em 2009.

Um período de entressafra gerou campeões diferentes como o San Lorenzo em 2014 e Atletico Nacional em 2016, mas o período atual de dominância começa em 2017 com o Grêmio e não tem como acabar por causa do investimento pesado dos clubes brasileiros. Entretanto, diferentemente dos anos 90, os times brasileiros atuais não são compostos de craques jovens que irão sair para dominar o mundo do futebol e sim majoritariamente de bons jogadores que voltam da Europa e contratações pontuais interessantes. A dominância atual é a que tem potencial para ser a mais duradoura e ter vindo para ficar