Economia

Pesquisa aponta que 1 em cada 5 famílias de AL tem orçamento comprometido com contas em atraso

Assessoria Fecomercio AL | 06/02/23 - 10h23
Arquivo/Itawi Albuquerque/TNH1

O número de famílias alagoanas endividadas registrou o menor índice dos últimos nove meses. Em dezembro, após três quedas mensais consecutivas, a taxa percentual chegou a 66% da população. No entanto, somando as pessoas nessa condição e também as que não possuem nenhuma parcela a ser quitada, é possível dizer que 1 em cada 5 alagoanos tem o orçamento comprometido com contas em atraso.

É o que demonstra a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência de Maceió, elaborada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio AL) em parceria com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Segundo o levantamento, dentre os endividados, isto é, pessoas com alguma parcela a ser quitada, 66 mil famílias possuem dívidas em atraso, ou seja, estão inadimplentes. E, desse total, 19,7% alegam que não conseguirão regularizar as contas no curto prazo, sequer parcialmente. Para efeito de registro, esse montante representa 4,3% da população, abrangendo 13 mil famílias.

No gráfico do endividamento em Alagoas, após emplacar sete meses seguidos de alta desde a mínima (63,2%, em fevereiro), o pico de 2022 foi registrado em setembro, quando 73,2% dos alagoanos se encontravam nessa condição. Nos três meses seguintes, houve uma queda de quase 10%. E, só entre novembro e dezembro, a retração foi de 4%, o que provocou uma redução também na comparação anual, ficando 1% abaixo do patamar apontado em dezembro de 2021.

Apesar de considerar preocupante a taxa de alagoanos inadimplentes, o assessor econômico da Fecomércio AL, Victor Hortencio, acredita que a desaceleração percebida no ritmo de endividamento se deve a uma combinação de fatores. “Em 2022, vimos uma interação positiva entre a evolução otimista no mercado de trabalho, que desencadeou na redução da taxa de desemprego, a queda da inflação e o aumento dos valores das políticas públicas de transferência de renda”, observou.

Em meio a esse contexto, o cartão de crédito continua sendo a principal modalidade de uso na aquisição de dívidas. 97,4% dos alagoanos tem alguma parcela a ser quitada no cartão de crédito. Em segundo lugar, estão os carnês, que comprometem o orçamento de 28,4% das famílias.

Para 56,8% dos alagoanos, há entre três e seis meses de dívida a ser regularizada. 31,3% possuem parcelas entre seis meses e um ano e 11,2% tem mais de um ano de parcelas a serem quitadas. Dentre o número de famílias endividadas, 92,5% estão com mais de 10% do orçamento comprometido com alguma compra parcelada ou financiamento. Sendo que, embora a recomendação para se manter com uma vida financeira saudável seja não ultrapassar o limite de 30%, para esse grupo de pessoas, as dívidas comprometem, em média, 30,6% da renda familiar.