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Pesquisa da Universidade de Oxford fala sobre reaberturas equivocadas e recorde de casos de covid

Valor | 24/06/20 - 13h17
Pixabay

O número de casos confirmados de covid-19 no Brasil subiu para 1.152.066, indica o boletim das 8h do consórcio de veículos de imprensa formado por O Globo, Extra, G1, Folha de S.Paulo, UOL e O Estado de S. Paulo nesta quarta-feira.

Os números são consolidados a partir das secretarias estaduais de Saúde. O total de óbitos é de 52.788.

O número de mortes no Brasil é mais que o dobro de Índia (14.476), China (4.640), Paquistão (3.755) e Indonésia (2.535) somados, segundo dados da Universidade Johns Hopkins.

Enquanto não há vacina ou medicamento de eficácia comprovada contra a covid-19, o coronavírus segue avançando pelo Brasil em meio às iniciativas de flexibilização do distanciamento social em várias capitais do país.

Uma pesquisa da Universidade de Oxford (Reino Unido) divulgada na última quinta-feira concluiu que oito delas conduziram reaberturas equivocadas.

EUA

Arizona, Texas e Califórnia registraram novos recordes diários de casos de covid-19 nas últimas 24 horas, o que fez os governos locais apertarem as regras de distanciamento social e pedirem que as pessoas fiquem em casa.

O total de infectados pela doença em todo o mundo ultrapassou a marca dos 9,1 milhões, de acordo com dados da Universidade Johns Hopkins. Os Estados Unidos continuam como o país com mais casos - 2,3 milhões - e mortes causadas pelo vírus - mais de 120 mil.

Dois dos Estados mais populosos do país, Califórnia e Texas registraram mais de 5 mil novas infecções ontem, quebrando recordes estabelecidos durante a pandemia.

O governador do Texas, Greg Abbott, disse que não quer reverter a abertura da economia. Para isso, ele pediu que os moradores usem máscaras, respeitem as regras de distanciamento social e só saiam de casa em situações absolutamente necessárias.

“O lugar mais seguro para você é sua casa”, afirmou Abbott em entrevista concedida na terça-feira.

Abbott e o governador da Flórida, Ron DeSantis, ambos republicanos, anunciaram planos para reforçar as orientações de distanciamento social revogando ou suspendendo licenças de locais de venda de bebidas alcóolicas que estejam violando as restrições.

A Flórida, que já registrou mais de 103 mil casos de covid-19 e 3,2 mil mortes, tem observado um aumento das infecções entre pessoas mais jovens.

O Arizona também registrou um recorde de novos casos. Os 3.591 novos contaminados pela doença elevaram o total no Estado para mais de 58 mil, de acordo com o Departamento de Saúde local.

A região se tornou um dos maiores focos da doença semanas depois do governador republicano Doug Ducey ter suspendido o confinamento da população. Na semana passada, ele decidiu permitir que as autoridades locais exijam que a população use máscaras em público para diminuir a propagação do vírus.

Por outro lado, Nova York registrou a menor taxa de novos testes positivos para a covid-19 desde março. No entanto, as autoridades de saúde estão monitorando áreas onde altas taxas de infecção ainda persistem.

Algumas delas estão na cidade de Nova York, que nesta semana avançou para a segunda fase do plano de reabertura da economia. Trabalhadores voltaram aos escritórios e restaurantes foram autorizados a servir clientes em mesas em áreas externas.

Em Nova Jersey, um dos Estados mais afetados pela pandemia, o governador democrata Phil Murphy anunciou que os parques estaduais poderão reabrir com 50% de capacidade. Funcionários e visitantes terão que usar máscaras para proteger seus rostos.

Preocupada com a pandemia, a Universidade de Michigan anunciou ontem que desistiu de sediar o segundo debate presidencial das eleições americanas.

Uma análise do The Wall Street Journal em mais de 3,1 mil condados americanos mostrou que o impacto econômico da pandemia é especialmente grave em Michigan. Quase 25% dos condados do Estado estão entre os 20% mais afetados pelo desemprego e mais mortes por covid-19 a cada mil moradores.

Em alguns Estados que realizaram primárias para escolher o candidato do Partido Democrata à presidência ontem, longas filas foram registradas. É o caso, por exemplo, de Kentucky. Em Nova York, eleitores reclamaram de atrasos no recebimento das cédulas de votação.

Os problemas se somam aos recentemente registrados na Geórgia e em outros lugares, gerando preocupação sobre a preparação do país para realizar uma eleição tranquila se a pandemia de covid-19 permanecer até novembro, quando os EUA elegem um novo presidente.

Anthony Fauci, principal infectologista da força-tarefa contra a covid-19 da Casa Branca, e outras autoridades de saúde defenderam a resposta do governo à crise ontem em uma audiência no Congresso. Eles também disseram não ter recebido ordens do presidente Donald Trump para diminuir o número de testes e, assim, reduzir o total de novos casos registrados no país.

“Não disseram a nenhum de nós para desacelerar os testes”, disse Fauci durante o depoimento na Câmara dos Deputados. “É o oposto. Vamos fazer mais testes, não menos”.

A estratégia do governo foi colocada em xeque após Trump dizer, durante um comício em Tulsa, em Oklahoma, que havia orientado os funcionários do governo a diminuir o número de testes porque os altos números da pandemia eram ruins. A porta-voz da Casa Branca, Kayleigh McEnany, disse que o presidente estava fazendo uma piada.

Especialistas dizem que os EUA devem realizar pelo menos 6 milhões de testes por semana para reabrir o país de forma segura. A cifra é quase o dobro do atual número de testes feitos atualmente em todo o território nacional.

MÉXICO

O México registrou 6.288 casos de covid-19 na terça-feira, um novo recorde, uma notícia divulgada pouco depois de o país ter sido atingido por um forte terremoto que aumentou os temores da população em meio à pandemia.

Com a nova alta, o total de infectados no país chegou a 191.410, de acordo com dados da Secretaria de Saúde. No entanto, o diretor-geral de epidemiologia do órgão, José Luis Alomía, afirmou que a curva de contágios no país está se estabilizando.

“Ela [a curva] pode até ter começado a gerar uma tendência de queda na última semana, mas temos que observar isso com cautela”, disse ele.

Quase 800 mortes foram registradas entre segunda-feira e ontem no México. No total, a covid-19 já fez 23.377 vítimas no país desde o início da pandemia, segundo a Secretária de Saúde.

No entanto, assim como em outros países, especialistas afirmam que o baixo número de testes gera uma grande subnotificação no México, que realizou até agora apenas 500 mil exames para a doença.

O presidente Andrés Manuel López Obrador, por sua vez, continua a divulgar mensagens otimistas. “Todos nós juntos conseguimos evitar mais sofrimento… Esse é o meu equilíbrio, meu resultado final. Vamos superar isto. Estamos superando”.

Antes da divulgação dos números, um terremoto de magnitude 7,4 graus foi registrado perto da costa do Pacífico, no estado de Oaxaca, no sul. O tremor matou cinco pessoas e causou danos estruturais em vários imóveis.

O terremoto foi tão intenso que pôde ser sentido na Cidade do México, a 500 quilômetros de distância. Moradores da capital, médicos e pacientes de hospitais correram para as ruas temendo possíveis desabamentos.

RÚSSIA

Com 7.176 infecções registradas nas últimas 24 horas, a Rússia ultrapassou nesta quarta-feira a marca de 600 mil casos confirmados de covid-19, de acordo com dados divulgados pelo governo do país.

Os números foram publicava enquanto o país realizava o desfile do Dia da Vitória, por ocasião do 75º aniversário do triunfo sobre a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial, em Moscou. Tradicionalmente celebrado no dia 9 de maio, o evento foi adiado por causa da pandemia.

A capital russa é o principal foco da doença no país, mas os números em Moscou seguem caindo. Segundo os dados divulgados pelo governo, foram 811 novos infectados desde ontem, cifra mais baixa desde o início de abril.

Com isso, o número de casos na Rússia chegou a 606.811, um terço deles em Moscou. Ontem, mais 154 pessoas morreram por causa da doença, elevando o total de vítimas da covid-19 no país para 8.513.

O desfile desta quarta-feira abre um dos períodos mais importantes da carreira de Putin. Na próxima semana, os russos decidem em referendo se aprovam uma reforma constitucional que pode permitir que ele continue no poder até 2036.

O prefeito de Moscou, Sergei Sobyanin, aliado de Putin, mas crítico da resposta do governo à pandemia, recomendou que a população da capital acompanhasse o desfile de casa. Já Alexei Nalvany, líder da oposição, chamou a decisão de manter a celebração de “absoluta estupidez”.

JAPÃO

Tóquio registrou 55 novos casos de covid-19, maior número desde que o Japão levantou o estado de emergência, disseram fontes ao jornal japonês "Nikkei Asian Review".

O governador Yuriko Koike disse que a capital registrará "um número bastante grande" de novos casos de coronavírus após a descoberta de um conjunto de infecções em um escritório.

"Clusters no local de trabalho tornaram-se um grande problema ultimamente", disse Koike a repórteres, acrescentando que os resultados dos testes da mesma empresa não identificada devem se somar às sete infecções encontradas anteriormente.