Brasil

Petrobras decide vender participações minoritárias em gasodutos

Folhapress | 08/05/19 - 22h22
Reprodução/EBC

Alinhada com a proposta do governo para reduzir o monopólio estatal no setor de gás, a Petrobras decidiu colocar à venda a participação remanescente nas duas principais malhas de gasodutos do país, cujo controle foi transferido recentemente a sócios privados.

A proposta foi anunciada nesta quarta-feira (8), em encontros para comentar o lucro de R$ 4 bilhões registrado pela empresa no primeiro trimestre.

Embora o resultado tenha sido 42% inferior ao do mesmo período de 2018, as ações da empresa tiveram forte alta.

A Petrobras tem hoje fatias de 10% em duas empresas que controlam as malhas de gasodutos do Sudeste e das regiões Norte e Nordeste, respectivamente. Nos dois casos, o controle foi vendido a empresas privadas.

A desverticalização do setor é um dos focos do projeto de redução do preço do gás natural do Ministério da Economia.

O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, não respondeu qual seria o posicionamento da estatal sobre as metas do governo, mas frisou que desde sua posse tem dito que é contrário a monopólios, tanto no gás como no refino.

A reportagem apurou, porém, que há preocupação na companhia em relação à perda de valor de ativos, tanto de produção quanto de escoamento do gás.

Em teleconferência com analistas, Castello Branco reconheceu que a estatal não teve um "trimestre brilhante", mas disse esperar que os "melhores momentos estão por vir".

"Produzimos menos petróleo e tivemos de comprar mais no mercado internacional, o que impactou nossas margens", resumiu a diretora financeira da estatal, Andrea Marques de Almeida.

No primeiro pregão após o balanço, as ações preferenciais da estatal, mais negociadas, fecharam em alta de 3,87% na Bolsa de São Paulo. Para o presidente da companhia, é um voto de confiança.

"Individualmente, vemos o trimestre de forma negativa, mas os resultados apontam potencial à frente", escreveu o analista Daniel Cobucci, do Banco do Brasil Investimentos.

A empresa informou que espera cortar quase 10% de seus 47.222 empregados e economizar R$ 4,1 bilhões até 2023 com o novo PDV (plano de demissão voluntária), anunciado em abril.

Entre 2014 e 2018, o quadro de empregados da companhia foi reduzido em 19% -e faz parte de um processo de corte de custos que inclui o fechamento de escritórios em São Paulo, Rio, Tóquio e Nova York, por exemplo.