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Poker: aprenda a controlar suas emoções para ser um ótimo jogador

12/01/22 - 09h30

Se você é daqueles que pensam que não vale a pena participar de uma atividade social, de um trabalho ou uma expressão artística se não tiver paixão pelo que faz, saiba que o poker é um esporte altamente emocionante.

É sabido que as emoções influenciam nos resultados de qualquer atividade humana. Frequentemente, é difícil diferenciar o fisiológico do psicológico, e há muitos que igualam os dois termos ao comparar cérebro e mente. As emoções são espontâneas e podem jogar a nosso favor ou contra nós.
 

Fator emocional

Mas, bem, qual é o fator emocional de um jogo de poker? É o estresse? A pressão para vencer? O medo de perder? Como isso afeta a competição? Pode ser controlado, treinado ou dominado? e, nesse caso, como?

Esse condicionamento, indiscutível nas disciplinas mentais, como no xadrez, por exemplo, nas quais a atenção e a reflexão têm papel preponderante e influenciam no bem estar físico, também é necessário.

Centenas de exemplos podem ser citados para ilustrar isso, mas poucos são tão óbvios quanto o de Tiger Woods, cuja história é bem conhecida. No golfe, esporte em que predominam a precisão técnica, a destreza e a regularidade dos movimentos corporais, o declínio do rendimento se deveu exclusivamente a um estado emocional perturbador. Ele não esqueceu seus conhecimentos nem diminuiu sua perícia, mas perdeu sua confiança, sua calma e sua tenacidade.

A influência do componente psicológico no poker é ainda maior, porque este jogo é uma simulação lúdica de experiências de vida, em que não se trata de quem tem as melhores cartas, mas vence o mais habilidoso, o mais forte emocionalmente, o mais ousado, o mais perspicaz, aquele que pode blefar e passar despercebido.

No poker, tudo passa pela cabeça e pelo coração. Por isso, a razão e a emoção desempenham um papel crucial nos resultados.
 

Técnica e experiência

Ao competir contra jogadores inexperientes, a técnica ou a experiência são virtudes preponderantes, mas a prevenção de explosões emocionais se torna mais evidente quanto mais alto é o nível dos competidores ou quanto mais alto é o risco.

Não se trata de não sentir, isso é impossível, mas de evitar que as emoções influenciem diretamente nas suas decisões e ser o mais racional possível na análise de cada ação.

Um bom jogador sabe como direcionar seu comportamento para produzir as emoções desejadas (como prazer ou autoestima).

A autoestima tende a aumentar quando as coisas vão bem ou quando o sucesso pessoal é experimentado e a compaixão consciente (uma prima da autoestima) é sentida mesmo quando as coisas dão errado.

A autocompaixão leva a um nível menor de cobranças e dá um tempo de compreensão, para avaliar, por exemplo, porque jogamos de uma forma e não de outra, porque é que articulamos dessa forma ou o que aconteceu emocionalmente com o resto dos jogadores.

A compaixão consciente para consigo mesmo leva à reflexão sobre os atos praticados sem baixar a autoestima.


Manipular emoções

Quem sabe jogar bem pode até manipular as emoções do oponente e induzi-lo a jogar mal. Consegue persuadi-lo a agir de uma forma previsível. Além disso, com autodisciplina mantém o próprio equilíbrio. O bom jogador analisa objetivamente o jogo, cada adversário, sua aposta, sua mão e se adapta a cada situação.

Todo esporte mental exige clareza de pensamento e exatidão nas avaliações. É inútil ficar preso no que aconteceu até agora (em termos de resultados), isso faz com que a mente não se concentre no essencial.

Deixar-nos levar pelas emoções só nos leva a tomar decisões erradas, ser impulsivos e ficar confusos. E, embora pareça fácil de entender, não é tão fácil de praticar.

Mesmo pessoas calmas e controladas em suas vidas diárias podem se tornar emocionais e sem lógica em uma mesa de poker. Por quê?

Porque neste jogo se vivenciam situações muito vertiginosas, decisivas e mutáveis. Um sábio uma vez disse que "o jogo é uma área de maior impacto emocional do que a cama, porque é igualmente emocionante, mas dura muito mais tempo".

Fator econômico

O fator econômico também exerce notável influência nas nossas emoções enquanto jogamos poker. Se não conseguimos abstrair do quanto estamos perdendo ou ganhando, ou se não soubermos como controlar nosso bankroll, acabaremos comprometidos.

A motivação e a oportunidade de jogar também desempenham um papel importante.

Às vezes é difícil reconhecer os motivos que, em determinado momento, nos impelem a jogar. Antes de jogar, pergunte-se: Há algo que eu possa fazer para estar mais focado?


Não se esqueça de que você está sempre no controle.

O poker é uma fonte inesgotável de sensações. Gera uma forte emoção, altas pulsações pela alegria e euforia de vencer. E também alguma frustração e mal-estar ao perder uma partida. E isso é normal. Não parece lógico que estejamos felizes diante das derrotas ou tristes diante dos triunfos. A questão é quanto e como isso nos afeta.

Quem aspira progredir deve aprender a conter a influência dessas emoções. Os seres humanos são feitos de carne, osso e alma.

Trata-se de encontrar os mecanismos para gerir, com maior facilidade e naturalidade, o que está fluindo. Algo como um direcionamento produtivo e eficaz da torrente emocional.

E isso pode ser conseguido com tempo, reflexão e técnicas adequadas, ou mesmo uma boa terapia. O ser humano tem a capacidade de escolher pensamentos saudáveis que levam a uma resposta saudável em todos os aspectos da vida.

Um dos segredos é planejar a longo prazo. Esta perspectiva implica que os resultados diários servem como material de estudo para o aprimoramento da nossa estratégia e do estilo de jogo.

Nós podemos mudar de acordo com nosso humor. Saber como reagimos e, neste caso, como isso afeta o nosso jogo, é a principal ferramenta para evitar que distúrbios tomem o controle.

Paradoxalmente, a maioria dos livros de poker ignorou esse tópico porque os jogadores não estão interessados em se conhecer, embora devessem.

Cometemos erros e os repetimos porque não nos conhecemos bem o suficiente, ou não queremos, e porque não percebemos a verdadeira razão pela qual cometemos um erro. Portanto, não tiramos proveito de nossos pontos fortes, não superamos nossos pontos fracos e não entendemos como isso afeta nosso desempenho no jogo.

Cada jogador reage de maneira diferente e cada emoção vai condicionar seu jogo de maneiras diferentes, mas existem certos comportamentos e padrões comuns que provocam esses sentimentos.

Como em outros esportes, muitos jogadores de poker não chegam à elite esportiva porque não conseguem ter o que se chama de Inteligência Emocional,

A Inteligência emocional é necessária para regular e controlar a reação às emoções e seus efeitos nocivos. O que fazemos depende de nosso nível de inteligência emocional e de nosso autoconhecimento.
 

Conclusão

Quando você acredita que vai perder e não tira essa ideia da cabeça, além de não estar muito feliz, não reflete sobre o que um bom jogador deve pensar (adversários, ganhos, classificação, etc.) e se concentra em como está infeliz ou incompetente.

Às vezes você pode ser dominado pelo medo, raiva, ciúme, culpa ou até mesmo euforia. Acredita que essas emoções ameaçam sua paz interior e é por isso que prefere ignorar esses sentimentos. Mas as emoções são, na verdade, mensagens criptografadas valiosas que nos dizem muito sobre nós mesmos.

Se aprendermos a perceber nossas emoções e a dialogar com elas, elas nos abrirão um novo horizonte de vida, cheio de serenidade e de maior compreensão de quem somos.

E este controle certamente vai refletir nos bons resultados do seu jogo de poker.