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Polícia do Arizona aponta arma para família negra por furto de boneca

Veja | 17/06/19 - 22h25
Reprodução/YouTube

A prefeita da cidade americana de Phoenix, Kate Gallelo, até pediu desculpas, mas um vídeo, gravado no dia 27 de maio, que mostra uma família negra sendo brutalmente abordada pela polícia continua criando uma enorme polêmica nos Estados Unidos. Nas cenas, os policiais armados, aos berros, exigem que todos saiam do carro de mãos para cima.

Quando a mulher grávida diz que está com bebês, com uma delas no colo, eles continuam mirando as armas. Um dos policiais ainda dá uma rasteira no homem negro, que cai com as mãos para trás. A acusação era de que a família teria roubado uma boneca.

“Em nenhuma situação esse comportamento é perto do aceitável. Eu mesma, como mãe, ao ver essas crianças serem colocadas em uma situação tão aterrorizante, considero que seja para além do perturbador”, disse a prefeita.

Ainda em resposta ao vídeo, Kate Gallelo anunciou mudanças na força policial de Phoenix, além de uma reunião com a comunidade.

Para o casal Dravon Ames, 22, e sua noiva Aisha Harper, essas medidas não bastam. Também por vídeo, eles contam que se sentiram “humilhados”. Ao deixarem a loja Family Dollar, eles não perceberam que uma das meninas de Aisha, de apenas quatro anos, teria pego uma boneca Barbie de um dólar.

O casal diz que irá pedir uma indenização de 10 milhões de dólares da prefeitura Phoenix. Até o famoso rapper Jay-Z já se ofereceu para custear os advogados.

O caso reacendeu intensos debates nos meios de comunicação e nas mídias sociais sobre um velho problema americano: a violência racial da polícia. Em 2010, na mesma cidade, Danny Rodriguez, 29 anos, foi baleado e morto por um oficial que ainda matou o cachorro do homem. O policial, Richard Chrisman, encontra-se preso.

No estado vizinho do Texas, um policial matou Pamela Turner, de 45, com cinco tiros depois de ela ter dito que estava grávida, no subúrbio de Houston. A mulher tinha sido derrubada no chão pelo policial quando sofreu os disparos.