Economia

Preço das commodities teve forte influência na queda do valor das exportações

01/12/15 - 18h27


O preço das commodities (bens agrícolas e minerais com cotação internacional) foi o principal responsável pela queda no valor exportado em 2015, disse o diretor de Estatística e Apoio à Exportação do Ministério do Desenvolvimento, Herlon Brandão. Segundo ele, a queda nos preços internacionais tem anulado os recordes nos volumes exportados de alguns produtos.

No caso do minério de ferro, disse Brandão, o volume exportado cresceu 7,8% de janeiro a novembro. O preço da tonelada, no entanto, diminuiu 49,5% no período, ocasionando queda de 45,6% no valor exportado. “O Brasil está batendo recorde de exportação de minério de ferro, mas os benefícios não estão se revertendo por causa do desempenho das commodities”, afirmou. Em novembro, a cotação da tonelada atingiu US$ 32,20, no menor valor desde abril de 2005.

A situação repete-se com outros dos principais produtos da pauta de exportação do Brasil, como a soja e o petróleo bruto. Embora o país tenha colhido safra recorde do grão este ano, com crescimento de 19,2% no volume embarcado nos 11 primeiros meses do ano, o preço internacional da soja caiu 24,2%, resultando em recuo de 9,6% no valor exportado em 2015.

Em relação ao petróleo, a diminuição nos preços internacionais também se refletiu na deterioração das vendas externas do país. O volume exportado cresceu 47,3%, por causa da reativação de plataformas em manutenção nos últimos anos. No entanto, a queda de 49,7% nos preços fez o valor exportado acumular retração de 25,9%.

De janeiro a novembro, as exportações dos produtos primários caíram 19,8% em relação ao mesmo período do ano passado. Os produtos manufaturados acumulam recuo de 9,8%, mas alguns itens têm apresentado recuperação. As vendas de veículos de passageiros para o exterior cresceram 10,5% em novembro na comparação com o mesmo mês do ano passado, com destaque para a Argentina, com aumento de 10,1% no valor vendido.

“As vendas de veículos estão sendo impulsionadas pelo México, cuja economia está crescendo e aumentando a demanda por automóveis brasileiros, e pela Argentina, cujo mercado voltou a se recuperar nos últimos meses”, explicou Brandão.

Em 2015, as exportações brasileiras somaram US$ 174,351 bilhões, com queda de 14,9% pela média diária em relação ao ano passado. A balança comercial só apresenta resultado positivo no ano porque as importações, que somaram US$ 160,909 bilhões, caíram em ritmo maior: 23,1%. De janeiro a novembro, a balança acumula superávit de US$ 13,442 bilhões e deve encerrar o ano com saldo positivo em torno de US$ 15 bilhões.