Brasil

‘Prévia’ da inflação registra menor taxa para fevereiro desde Plano Real

Item que mais pesou no índice foi educação, por causa de reajuste de mensalidades de colégios

VEJA.com | 21/02/19 - 19h26
A alta no grupo de educação no mês de volta as aulas é de 3,52%. | Marcelo Camargo/ABr

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), prévia da inflação, ficou em 0,34% em fevereiro, informou nesta quinta-feira 21, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).  O resultado repetiu o de fevereiro de 2000, e registrou a menor taxa da série para o mês desde a implementação do Plano Real, em julho de 1994. 

A maior variação de fevereiro ocorreu no grupo Educação (3,52%), responsável também pelo maior impacto positivo no índice, de 0,17 ponto percentual. O setor com reajustes de mensalidades escolares e afins, que costumam ocorrer no período de volta às aulas. Por exemplo, os cursos regulares subiram 4,60%, e as mensalidades de cursos diversos subiram 3,16%.

O grupo de Alimentação e bebidas apresentou ligeira desaceleração por conta do consumo em casa, que subiu apenas 0,68%, frente à alta de 1,07% em janeiro. As carnes, por sua vez, caíram 0,28% em fevereiro, e o tomate, cujos preços já haviam apresentado queda no mês anterior (-8,16%), mostraram deflação ainda mais intensa em fevereiro (-20,32%).

Já os Transportes tiveram a maior pressão negativa (-0,09%) entre os grupos pesquisados no IPCA-15, embora com deflação menor que a ocorrida em janeiro, quando ficou em -0,47%.

A gasolina (-2,43%) caiu pelo terceiro mês consecutivo e foi responsável pelo maior impacto individual negativo no índice (0,11 p.p). Outros destaques vão para a queda nos preços do etanol (-1,31%) e do óleo diesel (-0,15%).

O setor de Vestuário também contribuiu com impacto negativo, tanto entre roupas femininas (-1,40%) quanto masculinas (-0,76%) e infantis (-0,99%). Além disso, os calçados, que haviam apresentado ligeira alta em janeiro (0,11%), agora registraram baixa de 0,8% em fevereiro.

Por localidade, apenas as regiões metropolitanas de Goiânia (-0,04%) e de Brasília (-0,15%) apresentaram deflação de janeiro para fevereiro. O resultado de Brasília deveu-se, principalmente, à queda de 18,33% no preço de passagens aéreas. Enquanto isso, a maior inflação foi na região metropolitana de Belém (0,63%), em razão principalmente da alta expressiva do feijão-carioca (50,08%).

No ano, o índice acumula alta de 0,64% e, nos últimos 12 meses, de 3,73%. O índice mede a variação da inflação entre a segunda quinzena de janeiro e a primeira de fevereiro.