Alagoas

Programa Alagoas Maior: 'beiju, mandioca e mulheres empreendedoras'

Ascom Sedetur | 17/10/20 - 07h18
Jonathan Lins / Ascom Sedetur

Em uma casinha branca no povoado Dom Helder Câmara, em Murici, dona Maria Rita Rosa prepara os beijus de tapioca, pães, bolos, doces e salgados a base de macaxeira. Entre sorrisos e com orgulho, ela conta a história de crescimento das mulheres da Associação Dom Helder Câmara através do programa Alagoas Maior, executado pelo Governo de Alagoas, através da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e Turismo (Sedetur), em parceria com o Sebrae Alagoas.

Formado por 13 mulheres que manipulam a mandioca com propriedade desde 2003, o grupo foi liderado por dona Maria Rita a vender seus produtos em feiras do município. Em 2012, elas conheceram o programa que estimulava a estruturação de pequenos produtores em associações e cooperativas de segmentos como a mandiocultura. Naquela época, o município de Murici não era abrangido pelo programa, mas dona Maria Rita participava dos encontros como ouvinte e absorvia o conhecimento para passar para a associação. 

“O segredo da vida é aprender e não tem dinheiro que pague. Eu ia na teimosia e sabia que íamos conseguir. Murici merecia fazer parte pelos produtos e produtores que temos. Foi quando fui até o prefeito para que ele assinasse o documento que possibilitaria isso. Passamos o dia inteiro lá e saímos quase 1h da manhã, mas muito felizes e pulando de alegria”, conta a lembrança. 

Quando passaram a, de fato, integrar o programa, essas mulheres aprenderam que podem utilizar tudo o que produzem para incrementar o que é oferecido aos clientes e agregar valor a essa entrega. Hoje elas utilizam o mangará da banana, por exemplo, para fazer omelete. 

Cada membro do grupo tem uma predileção para o que cozinha, que passa pelos salgados, doces, bolos e pães. O carro-chefe dessas mulheres é o beiju de tapioca, e o sonho é que ele possa ser vendido para os supermercados de Alagoas. Essa estrutura é trabalhada hoje pelo programa Alagoas Maior, coordenado pela Sedetur em parceria com o Sebrae Alagoas, que possibilita otimizar a entrega desses produtos para a abertura de novos mercados. 

CRESCENDO JUNTOS

O programa Alagoas Maior atende hoje - nas regiões Serrana dos Quilombos, Agreste e Sertão - mais de 30 grupos produtivos, a Associação Dom Helder Câmara entre eles, com a intenção de alavancá-los economicamente e trabalhar para alcançar novos mercados para os produtos, otimizando desde a produção até a embalagem. 

Quando olha para trás, em 2002, dona Maria Rita vê o quanto sua vida e de suas companheiras mudaram, e até fortaleceram a luta das mulheres da região, que passaram a ter melhores condições de vida e trabalho. “É muito bom ter o governo do nosso lado, sensível às causas. Tenho muito que agradecer a vocês por estar aqui conosco e saber que nós todas aqui somos mulheres que lutamos, temos sonhos”, relata a produtora. 

Ela conta ainda que os maridos, pais e filhos também transformavam sua visão em relação ao trabalho e a posição delas diante da sociedade. Se antes todo o valor arrecadado era repassado para os homens, hoje elas podem ir até a feira e escolher suas próprias coisas de acordo com a forma como pensam. 

“Hoje o caminho ficou mais fácil para as mais jovens, que são praticamente donas de si. Outro dia, dona Zilma [que faz parte do grupo] disse ‘tô juntando pra comprar umas coisas’. Pensei ‘aaah, agora as mulheres conseguem juntar seu dinheiro e comprar coisas’. Nós vivemos disso e vamos realizando os nossos sonhos. Um sonho que você sonha sozinho não é bom, mas quando você sonha junto, consegue”, declara dona Maria Rita. 

O ALAGOAS MAIOR

O programa Alagoas Maior atua prioritariamente em três regiões do estado e abrange cinco atividades produtivas em 46 municípios. As ações são desenvolvidas em 30 grupos coletivos (entre associações e cooperativas), impactando diretamente 2.180 empreendedores e indiretamente cerca de 10.900 pessoas. 

“Nosso trabalho é dar condições para que esses grupos possam crescer e se desenvolver com melhores equipamentos, rótulos, embalagens. Proporcionando o contato com outros empreendedores através de rodadas de negócios e participação em feiras. Dessa forma, eles conseguem agregar experiência e novas ideias ao empreendimento”, explica Giselle Mascarenhas, superintendente de Desenvolvimento Setorial e Regional da Sedetur e coordenadora do Alagoas Maior.

Jonathan Lins / Ascom Sedetur
Jonathan Lins / Ascom Sedetur
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