O Paris Saint-Germain acredita ter em mãos a prova de que Álvaro González, zagueiro do Olympique de Marselha, usou ofensas racistas durante discussão com Neymar. O UOL Esporte apurou que o clube enviou à Liga Francesa trecho de um vídeo em que o defensor supostamente chama o brasileiro de "macaco de m...". O material é o mesmo exibido neste domingo (20) pela TV Globo e serve como base para que os parisienses cobrem uma punição ao adversário.
Na reportagem da Globo, especialistas em leitura labial afirmam que González realmente se referiu a Neymar como "macaco de m..." durante a vitória do Olympique sobre o PSG. O jornal francês "Le Parisien" também recorreu a profissionais do tipo, que chegaram à mesma conclusão.
A Liga Francesa ainda investiga o caso, e os clubes podem colaborar no processo de acordo com protocolo estabelecido pela Comissão Disciplinar. Uma decisão sobre o episódio deve ser tomada nesta quarta-feira (23).
A imagem do insulto racista é da televisão francesa Téléfoot, detentora dos direitos de transmissão do Campeonato Francês no país. O canal já havia realizado uma vistoria no material e, sem ampliar a imagem e contratar especialistas em leitura labial, não identificou o xingamento.
Sem provas, a Comissão Disciplinar da Ligue 1 não tomou uma decisão do caso na quarta-feira passada, como inicialmente previsto. Na ocasião, o Tribunal não aplicou punições ao zagueiro Álvaro e suspendeu Neymar por dois jogos por "comportamento violento", já que ele atingiu o adversário com um tapa.
Neymar teria rebatido Álvaro com o insulto homofóbico "Maricon de m...". Por isso, o brasileiro pode pegar uma suspensão ainda maior.
O episódio fez Neymar se engajar em campanhas antirracistas em redes sociais. O brasileiro pediu a "pacificação" do movimento e disse se arrepender de ter agido com violência, explicando que agrediu o adversário apenas diante da omissão dos árbitros da partida.
"No nosso esporte, agressões, insultos, palavrões são do jogo, da disputa, não dá para ser carinhoso. Entendo esse cara em parte, faz parte do jogo. Mas o preconceito e intolerância são inaceitáveis", afirmou o brasileiro.