O Hospital Escola Dr. Helvio Auto, unidade assistencial da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal), por meio de seu Núcleo de Reabilitação, vem desenvolvendo um trabalho exitoso em Terapia Ocupacional com os pacientes que permanecem por longos períodos na internação.
A atuação da Terapia Ocupacional em contexto hospitalar tem como meta intervir no impacto biopsicossocial causado no cotidiano do paciente, em decorrência do adoecimento e da internação. É uma intervenção personalizada, de acordo com o que é possível e de real significado para a realidade do indivíduo, considerando que fora do ambiente hospitalar irá voltar a desempenhar seus papéis ocupacionais.
A terapeuta ocupacional Márcia Izabela Porangaba vem observando e aplicando algumas intervenções de acordo com a capacidade de recuperação de cada paciente avaliado. "As possibilidades de intervenção são variadas, sejam por meio de adaptações para facilitar o desempenho em atividades de vida diária durante a internação com uso de tecnologias assistivas, para favorecer a independência e auxílio no posicionamento, sejam para estimulação cognitiva, orientações aos pacientes e seus cuidadores, visando manutenção, ou mesmo, possibilitar a qualidade de vida dos pacientes e desempenho dos seus papéis ocupacionais, explicou a profissional.
Estímulo ao retorno laboral
Um dos pacientes assistidos, dependente químico, que estava internado sob cuidados prolongados no hospital, já tinha trabalhado como pedreiro na construção civil. Enveredou pela carreira de pintor de paredes, tomou gosto pela profissão, foi aprendendo no dia a dia com colegas, mas carregava o sonho de ser pintor automotivo e nunca tinha tido possibilidade de fazer um curso específico ou obter mais conhecimento sobre pintura de carros, segundo ele, fazia as coisas "no instinto".
Por meio do trabalho desenvolvido pela Terapia Ocupacional, foi possibilitada a participação em um curso online de pintura automotiva, reestruturando sua rotina após a internação e gerando expectativa para o retorno às atividades diárias fora do contexto hospitalar. "Fomos informados que a ação deu certo, ele conseguiu trabalho de pintura em oficinas, e foi possível colher frutos positivos, tanto de ordem financeira como em sua autoestima, enquanto protagonista de sua história de vida", informou a Terapeuta Ocupacional Izabela Porangaba.
Aplicação de tecnologias assistivas
Como estratégia de tecnologias assistivas, foi confeccionada uma cadeira de PVC para favorecer a postura de pacientes sem total controle de tronco, podendo ser utilizada para facilitar o trabalho de todos os profissionais da assistência.
O recurso teve contribuição do Núcleo de Reabilitação do hospital em parceria com o Núcleo de Manutenção Hospitalar, por meio do trabalho do funcionário Antônio de Pádua Oliveira, que com a orientação da equipe, montou a cadeira de PVC.
