A adolescência é uma etapa natural do desenvolvimento humano que envolve grandes transformações no corpo, nos hormônios e nas emoções. Essas mudanças costumam refletir no comportamento, fazendo com que o adolescente apresente atitudes diferentes, como oscilações de humor, maior necessidade de privacidade ou questionamentos sobre si e o mundo ao redor.
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Embora essas reações sejam esperadas e façam parte do amadurecimento, é importante entender que, em alguns casos, elas podem esconder um sofrimento psíquico mais profundo. Por isso, é fundamental que pais e responsáveis estejam atentos a sinais que possam indicar problemas emocionais ou de saúde mental, buscando apoio profissional quando necessário.
De acordo com o médico expert em saúde mental e pós-graduado em TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade), TEA (Transtorno do Espectro Autista) e cannabis, Dr. Iago Fernandes, é natural que adolescentes enfrentem momentos de instabilidade emocional, mas é essencial observar a intensidade e a duração desses comportamentos.
“Mudanças abruptas no humor, isolamento de amigos e familiares, perda de interesse em atividades que antes eram prazerosas, alterações no sono, na alimentação ou comportamentos autodestrutivos são sinais de que algo mais sério pode estar acontecendo”, alerta.
Para o Dr. Iago Fernandes, um dos maiores desafios das famílias é diferenciar o que faz parte do desenvolvimento normal do adolescente do que pode sinalizar um transtorno mental. “Escutar sem julgamentos, acolher os sentimentos do adolescente e procurar ajuda profissional ao perceber que o sofrimento está impactando a rotina ou o convívio social é fundamental”, orienta.
O ambiente familiar, segundo o médico, tem papel crucial tanto na identificação dos sinais de alerta quanto na criação de um espaço seguro para o diálogo. “Quando o adolescente se sente à vontade para falar sem medo de críticas, aumenta muito a chance de buscar ajuda, o que pode ser decisivo para a recuperação da saúde mental”, enfatiza.
O Dr. Iago Fernandes ressalta ainda que, além do acompanhamento psiquiátrico e psicológico, abordagens complementares podem ser positivas. “Práticas integrativas, como meditação, exercícios de respiração, arteterapia e aromaterapias, podem colaborar com o bem-estar emocional do adolescente, sempre de forma integrada ao tratamento convencional”, completa.
Por Gabriela Andrade
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