Economia

Saques da poupança superam depósitos em R$ 3,718 bilhões

Série de resultados negativos fizeram a poupança ter o pior 1º semestre desde 1995

06/07/16 - 16h12
Reprodução R7

O volume de recursos que os investidores sacaram da poupança em junho, já descontadas as aplicações, foi de R$ 3,718 bilhões. Segundo dados do BC (Banco Central), apesar de negativo, a retirada foi a menor do ano até agora e também é inferior aos R$ 6,261 bilhões que deixaram a caderneta em igual mês do ano passado.

Em janeiro deste ano, os saques superaram os depósitos em R$ 12,032 bilhões. Em fevereiro, as retiradas ficaram R$ 6 639 bilhões maiores do que as captações e, em março, R$ 5,380 bilhões. Em abril, o saldo ficou negativo em R$ 8,246 bilhões e, em maio, em R$ 6,592 bilhões. Com os resultados, o primeiro semestre deste ano terminou como o pior desde 1995.

De acordo com o BC, o total de aplicações no mês passado foi de R$ 161,244 bilhões e o de saques, de R$ 164,963 bilhões. O estoque desse investimento está em R$ 638,223 bilhões, já considerando os rendimentos de R$ 4,076 bilhões de junho. Com os rendimentos maiores do que o volume de retiradas, o patrimônio da caderneta, que recuava há cinco meses consecutivos, agora aumentou na margem.

O desempenho no mês passado só não foi pior porque no último dia útil de junho ingressaram R$ 4,060 bilhões na caderneta. Até o dia 29, a conta estava negativa em R$ 7,779 bilhões. Esse movimento de arrecadação nos últimos dias é tradicional e ocorre com aumento dos depósitos por causa de aplicações automáticas da conta corrente que alguns investidores já deixam programadas para ocorrer.

A contínua e acentuada deterioração da caderneta se dá por conta da piora do cenário econômico, com a alta da inflação e do aumento do desemprego. Além disso, outros investimentos se tornaram mais atrativos ao apresentarem rentabilidade maior. A remuneração da poupança é formada por uma taxa fixa de 0,5% ao mês mais a TR (Taxa Referencial) — esse cálculo vale para quando a taxa básica de juros, a Selic, está acima de 8,5% ao ano e atualmente está em 14,25% ao ano.