Polícia

Suposta testemunha contesta versão da PM sobre morte de irmãos

28/03/16 - 20h35
Cortesia

O caso da morte dos irmãos Josivaldo e Josenildo Ferreira ganhou mais um capítulo depois que uma suposta testemunha contestou a versão apresentada pela polícia. Segundo a pessoa, que prefere esconder sua identidade por temer retaliações, não houve confronto das vítimas com a polícia.

“O policial que foi fazer a revista deu um chute no tornozelo do garoto para abrir mais as pernas, e depois deu um tapa no pescoço. O outro, que estava ainda para ser abordado, se agarrou com o policial. Foi quando os dois caíram e começou a sessão de tiros, tudo na cabeça”, relatou a suposta testemunha, que diz morar na região e ter presenciado a abordagem, ocorrida na última sexta-feira, 25.

A testemunha prosseguiu com o relato, e segundo ela, o outro jovem foi baleado, mas teria sobrevivido. “O de verde ficou vivo, o da mochila. Levou alguns tiros no corpo, sem ser na cabeça. Aí colocaram os dois na viatura, o policial jogou o corpo do que estava morto e depois o de camisa verde, que tava com a mochila, ferido já de tiros, jogaram também na viatura. Deram mais um tiro no corpo e se evadiram do local”, disse.

Ainda em seu relato, a testemunha reforçou que um dos irmãos teria sobrevivido. “O outro saiu vivo. Saiu dizendo ‘vocês mataram meu irmão’”, completou.

Segundo a Polícia Militar, Josenildo e Josivaldo foram abordados e teriam reagido, havendo troca de tiros. Dois militares feridos ficaram feridos na ação, e os jovens morreram. A suposta testemunha também contestou o fato de que os garotos teriam efetuados disparos contra os policiais. “Mentira, infelizmente”, disse, alegando que um dos militares teria sido atingido por um tiro disparado pelos próprios companheiros.

O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil em Alagoas (OAB/AL), Daniel Nunes, informou que a instituição já esta acompanhando o caso junto com a família dos jovens.

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