Sempre que posso, viajo até o Boteco do Tonho, na Ponta Grossa, para matar o desejo de saborear a costela de porco escoltada por feijão caseiro, arroz, vinagrete e farofinha de ovo. Sempre com mesmo padrão de qualidade, de tão macia desfia com garfo, dispensa a faca, e o sal em harmonia. O feijão bem brasileiro, o caldo encorpado, pedaços de charque, quiabo e couve. Para finalizar, a farofinha de ovo. Verdadeira obra-prima da gastronomia alagoana. A boa novidade é que o Tonho agora é legal, aceita cartão de débito e de crédito. E, com o apoio da família, abre aos domingos.
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O Boteco do Tonho é Microempreendedor Individual (MEI). Quem dizia que não frequentava o boteco porque não aceitava cartão, vai ter que arrumar outra desculpa e se render aos prazeres da mesa. E como nosso Tonho (Antonio Santana) adora criar, ele inventou o enrolado alagoano, uma saborosa trama com queijo, presunto de peru, cabelo de anjo (macarrão) e o recheio pode ser de camarão ou de carne moída com linguiça. Para finalizar, o molho de tomate. Aprovadíssimo!
Novidades: enrolado alagoano, o novo petisco de queijo, presunto, camarão, cabelo de anjo e molho de tomate
Já os clássicos caldinho de camarão ao coco com maxixe e a hóstia (rodelas crocantes de queijo parmesão) continuam muito bem cotados no mercado de botecos.
Livro – O Boteco do Tonho está entre os 30 estabelecimentos do meu livro “Guia da Gastronomia Popular”, e fiquei feliz em saber pela Vanessa Fagá, do Sebrae, que o livro, além de indicar os caminhos da boa gastronomia, também será ponto de partida para o Sebrae convidar os empreendimentos a sair da informalidade e se transformarem em microempreendedores individuais.
“Estes estabelecimentos são importantes para o cenário gastronômico da nossa cidade. Já estão sendo muito bem divulgados através do Guia da Gastronomia Popular, e queremos apresentar a eles as vantagens da formalização, da participação nos projetos de atendimento do Sebrae, para que o serviço oferecido por eles seja cada vez mais qualificado, e que seus empresários possam ser melhores gestores e crescer como empresas”, argumenta Vanessa.
Então, vai uma dica pra quem sonha em ser legal: o Sebrae (www.al.sebrae.com.br) oferece gratuitamente orientação e consultoria de atendimento, seja presencial ou pela webcam, com agendamento on-line. É só ir lá.
O Boteco do Tonho é um case de sucesso do meu blog. Não tinha nome, não aceitava cartão e só vendia, em média, cinco costelas por dia e sempre sobrava. Depois da revelação no meu blog do site do TNH1, são consumidas em torno de 40 costela ao dia, e às vezes falta. Em 2012, eram quatro mesas; atualmente, 30.
Boteco do Tonho é um empreendimento familiar e todos estão presentes no dia a dia do empreendimento. Tonho está feliz com o título de microempreendedor individual. O nosso chef da Ponta Grossa conta que sua clientela aumentou e pode vender mais porque tem nota fiscal.
Tonho legal, mas com alma de boteco: lugar simples, com ventilador, bebidas decorando o ambiente, frases… O luxo é a comida bem alagoana e brasileira, daquelas que deixam saudades.
Curiosidade: a primeira postagem do Tonho no meu blog foi em 25 de outubro de 2012. E embora jornalista da velha-guarda, cometi um erro: publiquei um número de telefone errado. Disseram-me que quase enfartei uma senhora. Ele não aguentava mais informar que na casa dela não tinha a costela do Tonho.
Não sei quantas pessoas ligaram para esta senhora (mil perdões!), mas foram 4.833 acessos ao post do Tonho.
Rota Boteco do Tonho
De segunda a domingo, das 11 às 16 horas – Aceita cartões
Preço da costela para almoço – R$ 17,00
Rua Manoel Lourenço, 248, Ponta Grossa (na mesma rua do famoso Bar do Pelado)
Telefone: 3221-6209
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