Alagoas

Três pessoas são internadas após serem picadas por serpentes em Alagoas no fim de semana

Mais de 100 casos já deram entrada no Hélvio Auto somente este ano

Eberth Lins | 13/07/20 - 10h31
Picada por serpentes da espécie jararaca é a mais comum em Alagoas | Foto: Divulgação / Fiocruz

Três pessoas estão internadas no Hospital Escola Hélvio Auto, no Trapiche da Barra, por sofrerem picada de serpentes nesse final de semana. Do início do ano até hoje (13), 102 pacientes deram entrada no hospital devido a picadas de cobras peçonhentas. A maioria dos casos foi registrada no interior de Alagoas. A informação foi divulgada hoje na Pajuçara FM 103,7.

De acordo com a médica infectologista Luciana Pacheco, do Hospital Escola Hélvio Auto, os três pacientes foram picados por serpentes da espécie jararacas e seguem em observação.

“A orientação é que quem for picado procure uma unidade de pronto atendimento o mais rápido possível. Até porque existem serpentes aqui que ao picar causam complicações mais graves, a exemplo da cobra coral que causa manifestações como complicações renais, podendo evoluir para casos de diálise”, frisou.

Em Alagoas, segundo a médica, os registros de atendimentos por picadas são de serpentes do tipo jararaca, cascavel e coral, esta última a mais perigosa.

“É importante reforçar que quem for picado não deve adotar nenhuma prática rudimentar e sem comprovação médica, a exemplo de chupar e tentar sugar o veneno ou colocar fumo em cima da parte picada, como fez um dos pacientes internados no final de semana. É para isso que existe o soro antiofídico”, alertou.

O soro antiofídico, no entanto, não é indicado para todos os casos. “Quando registramos casos de picada de cobras que não são peçonhentas, e exemplo da jiboia, não é preciso fazer uso do soro. Nestes casos, não há manifestações maiores por conta da picada e nós só fazemos um atendimento de monitoramento”, explicou.

“Em Maceió, a referência para este tipo de atendimento é o Hospital Escola Hélvio Auto. Mas em Alagoas existe esse tipo de atendimento também em Santana do Ipanema e em Arapiraca, por exemplo, mas a maioria dos pacientes chegam ao Helvio Auto de ambulância vindas do interior e não sabem que podem ser atendidos em outros municípios”, acrescentou.

O estado de saúde dos pacientes picados por serpentes no final de semana é considerado estável e eles devem ter alta ainda nesta segunda-feira (13).

Estudante picado no DF

Na última terça-feira (07), um jovem de 22 anos deu entrada em um hospital em Brasília, após ser picado por uma cobra naja. Pedro Henrique Santos Krambeck Lehm ficou em coma até a tarde de quinta-feira (9).

O estudante precisou ser medicado com um soro antiofídico que só foi encontrado no Instituto Butantan, em São Paulo, e disponibilizado para a família. "A instituição não produz o soro antiveneno para acidentes com Naja, uma vez que é uma espécie exótica, não pertencente à fauna brasileira", explicou o Butantan.

"A instituição somente mantém um pequeno estoque em sua unidade hospitalar de atendimento para eventual acidente com pesquisadores", disse o instituto.

Os pais do jovem chegaram a importar dez doses do soro antiofídico dos Estados Unidos. No entanto, não foi necessário usar a medicação que será doada, conforme afirmou a família.

Segundo o zoo, a naja que picou o estudante não saiu da caixa. Conforme os biólogos, o animal está estressado e pode atacar de novo. "Como não tem soro contra o veneno da serpente no Brasil, a orientação, por enquanto, é ninguém mexer", explicou a veterinária.