Alagoas

Um ano após denúncia, faculdades 'fantasmas' ainda atuam em AL

Dayane Laet | 22/03/19 - 12h20
Estudantes prejudicadas acompanharam sessão especial | TNH1

A busca por uma solução definitiva para o drama de estudantes de cursos superiores que descobriram no semestre do estágio que seus diplomas não tinham validade junto ao Ministério da Educação (MEC) foi o tema de uma sessão especial nesta sexta-feira (22) na Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE).

Quase um ano depois da reportagem especial ‘Faculdades Fantasmas: sonho ou pesadelo’, do jornalista Thiago Correia, da TV Pajuçara, com a denúncia da situação, os cursos continuam sendo ministrados no interior do Estado, o que só faz aumentar o número de vítimas do ‘golpe do diploma falso’. Estima-se que já foram cassados 65 mil falsos diplomas em todo país, 20 mil deles só em Alagoas.

Autor da proposta do debate, o deputado Marcelo Beltrão (MDB) explicou que o principal objetivo é ter uma ideia exata do problema. “Reunimos instituições que possam atuar em conjunto. Mediar e criar instrumentos para encontrar soluções e impedir que novas vítimas sejam feitas e que as pessoas que investiram seu tempo e dinheiro sejam ressarcidas de alguma forma”, disse em entrevista ao TNH1. “Se for necessário criar uma CPI para migrarmos da mediação para um processo investigatório, estaremos prontos”, acrescentou.

Convidado para a sessão especial na ALE, o jornalista Thiago Correia relembrou a repercussão imediata da reportagem. “Descobrimos que há problemas em todas as cidades alagoanas e não em alguns municípios, apenas”, ressaltou.

MPE investiga

O promotor Lucas Sachsida, coordenador do núcleo de Defesa da Educação em Alagoas, do MPE, também participou da sessão e confirmou que já existem investigações em andamento. “Temos duas ações propostas nos municípios de União dos Palmares e Igaci”, confirmou. “Deixou de ser um problema pontual, agora engloba toda a sociedade alagoana”, disse ainda.

“Acabou com um sonho de anos”

Uma das estudantes de Serviço Social em uma faculdade fantasma que funcionava na cidade de Marechal Deodoro, Litoral Sul de Alagoas, explicou ao TNH1 que sonhou por anos com o curso universitário.

Sessão debateu problemas causados por faculdades 'fantasmas' / Foto: TNH1

Descobri no último ano do curso, quando fui estagiar, que meu sonho tinha sido frustrado”, lamentou Maria Leide Machado. “Agora nós queremos o dinheiro que investimos de volta ou a oportunidade de estudarmos em uma faculdade idônea, sem custo adicional”, acrescentou a ex-aluna, que representava um grupo com mais de dez pessoas na ALE. “Sofremos um trauma que, mesmo quando tudo se resolver, vai demorar para esquecermos”.

Assista à série de reportagens: