As festas juninas são marcadas por muita animação, com danças típicas, como a quadrilha, diversas brincadeiras tradicionais e uma grande variedade de comidas saborosas. No entanto, apesar de irresistíveis, muitos dos alimentos consumidos nesse período podem representar um desafio para quem busca manter uma alimentação equilibrada.
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Porém, segundo a professora Jaqueline Barbosa da Silva, do curso de Nutrição da Faculdade Santa Marcelina, equilíbrio e consciência são as chaves para aproveitar a época com moderação e sem renunciar ao sabor.
Ela explica que os excessos mais comuns durante o período junino envolvem o consumo exagerado de alimentos ricos em açúcar, gordura saturada e ingredientes ultraprocessados, como doces com leite condensado, frituras e bebidas alcoólicas como vinho quente e quentão. “Isso acontece muito pela euforia das festas e pela crença de que esses alimentos só estão disponíveis nessa época. Essa sensação de exclusividade aumenta o impulso de comer em excesso”, alerta.
Para evitar exageros na alimentação, Jaqueline Barbosa da Silva propõe estratégias simples e eficazes:
“Alimentos como pinhão e milho-cozido são ótimos exemplos de opções nutritivas, saborosas e típicas da festa”, destaca.
Outro ponto importante é o ritmo da refeição: comer devagar, prestando atenção ao aroma, sabor e textura dos alimentos ajuda a aumentar o prazer e evitar exageros. E, o mais importante: lembrar que receitas tradicionais, como canjica, pamonha e bolo de milho, podem ser reproduzidas em casa durante o ano todo. “Cozinhar mais é uma excelente forma de se alimentar melhor”, completa.
Jaqueline Barbosa da Silva explica que é possível adaptar as receitas juninas para versões mais leves e equilibradas, sem perder a essência. A canjica, por exemplo, pode ser preparada com leite vegetal, menos açúcar e finalizada com coco ralado sem açúcar e canela. Adoçantes naturais como mel ou tâmaras batidas também são opções saudáveis.
A pamonha pode ser feita com milho in natura e leite de coco caseiro, dispensando o uso de açúcar refinado. Já o bolo de milho ganha uma nova cara com o uso de leite vegetal, açúcar mascavo ou de coco em menor quantidade, além da inclusão de farinha de aveia ou fubá integral.
Na hora de substituir ingredientes mais calóricos, a especialista recomenda criatividade e consciência. O leite condensado pode dar lugar a uma combinação de leite de coco com tâmaras ou banana amassada. Para o açúcar refinado, frutas secas, açúcar de coco ou mascavo são boas opções.
Já no lugar da manteiga ou margarina em excesso, ela sugere a “manteiga de azeite”, feita com azeite extravirgem batido com ervas e temperos, depois congelado e armazenado na geladeira — ideal para acompanhar pratos como milho, bolo e pamonha.
Por Nágila Pires
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