Atraso no desenvolvimento da fala, dificuldade na compreensão de textos ou na forma de se expressar, erros na soletração e ortografia, entre outros sinais, podem indicar algum transtorno do neurodesenvolvimento em crianças.
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Entre eles está a dislexia, que afeta habilidades básicas de leitura e linguagem, sendo considerado um transtorno específico de aprendizagem. Dados da Associação Internacional de Dislexia apontam que a condição afeta 10% da população mundial, sendo, no Brasil, cerca de 8 milhões de brasileiros.
A psicopedagoga e professora do curso de Medicina da Faculdade Pitágoras, Samara Passos, explica que é possível dividir a dislexia em três tipos. “Podemos considerar, para tratamento adequado do transtorno, as frentes: dislexia visual, dislexia auditiva e dislexia mista”, explica.
Conforme a especialista, os impactos desse transtorno também podem persistir na vida adulta. “Normalmente classificados como leve, moderado ou severo, os graus de dislexia, apresentam características semelhantes não apenas na infância. Embora a dislexia seja frequentemente comum na infância, muitos adultos vivem com a condição sem saber, enfrentando desafios que podem afetar sua vida pessoal e profissional, interferindo até mesmo nas relações interpessoais”, salienta.
Na infância, a dislexia tende a ser mais evidente, já que crianças disléxicas frequentemente demonstram um desempenho abaixo da média nas primeiras séries escolares, mesmo quando possuem desenvolvimento intelectual dentro do esperado. Elas podem ter dificuldade em associar sons e letras, considerar palavras ou seguir a ordem de leitura, o que leva a um desenvolvimento mais lento das habilidades de alfabetização.
Em adultos, o diagnóstico pode ser mais difícil de identificar, pois muitos aprenderam a lidar com as dificuldades de forma compensatória ao longo dos anos. “Os adultos tendem a desenvolver estratégias para enfrentar os desafios relacionados à leitura e escrita, como evitar atividades que envolvam tecnologia de leitura em voz alta ou passar a fazer uso de recursos assistidos, como softwares de leitura. No entanto, os sintomas não desaparecem, apenas ficam camuflados”, acrescenta Samara Passos.
Abaixo, veja alguns sinais que podem ajudar a identificar a dislexia na vida adulta:
Samara Passos destaca que, além dos sinais já citados, é importante observar se há um histórico escolar de dificuldades de aprendizagem que pode ter sido ignorado ou mal interpretado ao longo da infância.
A psicopedagoga alerta sobre a importância do acompanhamento adequado para minimizar os bloqueios resultantes do transtorno. “Quando há confirmação do diagnóstico, há meios possíveis que devem ser adotados para auxiliar o paciente de forma mais eficaz”, explica.
Segundo Samara Passos, algumas estratégias são eficientes para as pessoas com dislexia. “Profissionais de saúde, como psicopedagogos, neuropsicólogos e terapeutas ocupacionais, podem oferecer intervenções personalizadas, que podem incluir o uso de ferramentas de leitura assistiva, estratégias de organização e técnicas de redução de estresse e ansiedade. Muitos pacientes disléxicos encontram grandes benefícios em terapias cognitivas, que auxiliam na melhoria da confiança e da autoestima”, conclui.
Por Camila Souza Crepaldi
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