Política

Vídeo: Yousseff diz que funcionário de Collor fez transferências para o senador

10/11/15 - 10h10

Collor teria recebido transferências por meio de funcionário (Crédito: Reprodução)

Collor teria recebido transferências por meio de funcionário (Crédito: Reprodução)

O TNH1 teve acesso a um dos vídeos, de mais de 52 minutos, em que o doleiro Alberto Yousseff presta depoimento sobre a ligação que o senador por Alagoas, Fernando Collor (PTB), teria com o esquema envolvendo a BR Distribuidora.

Na declaração, Yousseff cita várias transferências de valores que tiveram o senador como beneficiário, inclusive depósitos destinados à Gazeta de Alagoas, uma das empresas que teria o senador como sócio-proprietário. Um funcionário do senador também é citado como intermediário das transações.

A Gazeta de Alagoas, uma das empresas da Organização Arnon de Mello (OAM), teria o senador Collor como sócio-proprietário, e Luiz Amorim como diretor executivo.

O nome de Amorim não é citado no vídeo, mas em matéria divulgada ontem, o TNH1 mostrou que o ex-ministro de Assuntos Estratégicos do governo Collor entre 1990 e 1992, Pedro Paulo Leoni, o "PP", afirmou à Polícia Federal que Amorim recebeu R$ 1 milhão do doleiro para repassar ao senador.

Collor e Luiz Amorim foram alvos de uma operação da Polícia Federal em Maceió, que recolheu documentos e computadores em residências de ambos e nas empresas do conglomerado de comunicação.

De acordo com Yousseff, que fez essas denúncias como delação premiada, as transações financeiras foram realizadas através de Pedro Paulo Leoni.

“Ele [PP] tinha uns depósitos comigo e me pediu para fazer alguns depósitos na conta do Fernando Collor e também me pediu para entregar dinheiro na casa de Fernando Collor”, relatou o doleiro.

A assessoria de imprensa do senador informou que ainda não possui um posicionamento sobre a denúncia.

Veja o vídeo na íntegra:

De acordo com Yousseff, PP tinha o papel de captação de recursos para o senador, já que tinha uma ligação estreita de amizade. “Pedro Paulo foi ministro do governo Fernando Collor, quando ele era Presidente da República. Creio que a relação de amizade deva ser boa”, explicou.

Uma das operações descritas no depoimento está a de que uma rede de postos, de “bandeira branca”, teria sido convertidas em postos BR através da cobranças de propina. Yousseff disse ainda que Collor teria indicado uma das diretorias da BR Distribuidora, mas não soube especificar qual seria essa diretoria.

Os depósitos destinados ao senador Fernando Collor foram feitos antes e depois da operação junto a BR Ditribuidora. Em algumas das oportunidades o emissário de Collor foi até o escritório de Yousseff retirar o dinheiro e em outras um homem identificado pelo delator como sendo Rafael Angro, veio a Alagoas, onde entregou os valores a um funcionário do Collor, não identificado no depoimento.

Rafael Angro e o emissário de Fernando Collor teriam se encontrado entre de oito e dez vezes, em São Paulo e em Alagoas. Além disso, o doleiro disse que a empreiteira OAS, que teria pedido a ele para que uma quantia em dinheiro fosse entregue a uma pessoa, hospedada em um hotel de Alagoas.

Yousseff confirma as declarações feitas por Collor todas as vezes que negou que se conheçam. “O meu relacionamento com o Collor nessa questão de valores sempre foi por intermédio do PP. Nunca estive ou falei com ele pessoalmente por telefone”, revelou.