A denúncia da Procuradoria Geral da República contra Jair Bolsonaro e mais 33 pessoas, sob acusação de envolvimento com golpe de Estado, já era esperada, porém a sua formalização traz uma série de implicações.
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Uma delas é a possibilidade de prisão e a outra é a hipótese, cada vez mais irreal, de o ex-presidente recuperar seus direitos políticos e concorrer nas eleições de 2026.
Some-se a isso a natural dispersão que uma situação dessas acarreta e se terá um quadro difícil para o bolsonarismo.
Bolsonaro sempre teve grande votações no Estado e era bastante paparicado quando por aqui aparecia - recebeu até título de Cidadão Honorário -, mas na sua última estada em Alagoas se deparou com um ambiente diferente, para pior.
No seu desembarque, a multidão de sempre deu lugar a uma resumida claque, com apenas um vereador de Maceió marcando presença como representante da classe política.
Nos dias que passou em Maragogi, recebeu poucas visitas e a receptividade popular foi bem aquém dos áureos tempos, nem tão distntes assim.
Qual o impacto junto aos bolsonaristas alagoanos?
Como fica, especialmente, o prefeito JHC, presidente do PL estadual, que ultimamente anda flertando com o presidente Lula, liderança maior do PT?
E os deputados, vereadores e prefeitos que exercem mandato por terem vinculado a sua imagem à de Bolsonaro?
Claro que a denúncia da PGR contra o ex-presidente é apenas a peça inicial de um processo, mas não há como desconsiderar a extrema dificuldade no futuro político de Jair Bolsonaro, agravadas pela hostilidade notória que lhe dedica o Supremo Tribunal Federal.
Não é preciso ser vidente nem cartomante para identificar essa realidade.
E, reconhecidamente, solidariedade é algo muito raro na atividade política, onde predominam "salve-se quem puder", "primeiro os meus" e "cada um por si".
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