O deputado estadual Cabo Bebeto (PL) se pronunciou de forma contrária à decisão do governo do Estado de instalar câmeras corporais em fardas de policiais militares, alegando que é um retrocesso que vai beneficiar criminosos e, na prática, significa "o fim da Polícia Militar".
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E argumenta mais, segundo sua assessoria:
"Por que só o policial militar deve ser monitorado? Por que não o deputado, o promotor, o juiz, o desembargador, o médico, o enfermeiro ou o fiscal de renda?".
Com todo o respeito, é preciso que se diga que o uso de câmeras nas fardas dos PMs é acima de tudo uma forma de preservar os direitos humanos, tanto do próprio policial quanto da pessoa abordada.
A filmagem é uma prova documental, irrefutável, do que efetivamente ocorre numa abordagem e tem sido utilizada há muito tempo, com sucesso, na chamada Operação Lei Seca, em que se visa conter os índices de acidentes de trânsito através do controle do nível de álcool no sangue dos condutores de veículos.
Recentemente, por exemplo, um presidente de entidade de classe foi procurado por um associado, cobrando providências por ter sido vítima de uma "absurda e agressiva abordagem policial" numa blitz da Operação Lei Seca em Maceió.
O dirigente da entidade oficiou ao governador, repassando o que havia sido relatado pelo associado e pedindo que fosse apurado devidamente o episódio.
Dias depois, o então comandante da Polícia Militar o convidou para uma reunião em seu gabinete e lá, ao invés de apresentar uma resposta formal à entidade, pediu que assistisse às imagens da ocorrência.
Para sua surpresa, o vídeo mostrava exatamente o contrário do que havia sido dito pelo associado: foi ele, associado, quem agrediu verbalmente os policiais, com bastante veemência, insistindo que tinha prerrogativas para não fazer o teste do etilômetro.
Somente a muito custo os policiais conseguiram conter o cidadão, convencendo-o, educadamente, a fazer o exame para avaliar se ele havia ou não ingerido álcool - o teste deu negativo, diga-se de passagem.
Diante das evidências, restou ao dirigente da entidade pedir desculpas ao comandante da PM por ter acreditado na versão do seu associado e cobrado providências ao governador.
Como reforço à conveniência do uso de câmeras corporais, basta citar pesquisas feitas em São Paulo demonstrando que a utilização do equipamento pela PM em abordagens fez diminuir o número de homicídios, tanto de policiais quanto de cidadãos.
Traduzindo: contra fatos não há argumentos.
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