Brasil

Acusado de ataque ao Porta dos Fundos é extraditado da Rússia para o Brasil

Folhapress | 04/03/22 - 09h01
Arquivo pessoal

O empresário e economista Eduardo Fauzi, acusado de ser um dos responsáveis pelo ataque à sede do Porta dos Fundos, em dezembro de 2019, na capital fluminense, foi extraditado da Rússia para o Brasil nesta quinta-feira (3).

Segundo a Polícia Federal, ele foi escoltado do aeroporto Internacional de Vnukovo, em Moscou, até o Rio de Janeiro. Fauzi ficará preso e à disposição da Justiça do Rio.

O acusado fugiu do Brasil após o atentado, mas foi localizado e preso pela Interpol em setembro de 2020, na região de Sverdlovsk, na Rússia. Ele estava no país, onde já havia morado anteriormente, desde o final de dezembro de 2019.

Em nota, a polícia afirmou que a extradição é "resultado de um esforço conjunto do Ministério da Justiça e Segurança Pública, do Ministério de Relações Exteriores e da Polícia Federal". Fauzi desembarcou no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, e foi levado para o aeroporto Santos Dumont, no Rio.

Na ocasião do ataque, na madrugada de 24 de dezembro de 2019, véspera de Natal, coquetéis molotov foram arremessados em direção à sede da produtora carioca. De acordo com o Ministério Público, o autor assumiu o risco de matar o vigilante do imóvel, que estava no local.

Para o MP, o vigilante só não morreu porque reagiu rapidamente, "conseguindo controlar o incêndio causado e fugido do imóvel, mesmo a portaria sendo pequena, com apenas uma saída".

O ataque teria sido uma reação à exibição do "Especial de Natal Porta dos Fundos: a Primeira Tentação de Cristo", filme que retrata um Jesus gay (Gregorio Duvivier, colunista da Folha), que se relaciona com o jovem Orlando (Fábio Porchat), e um Deus mentiroso (Antonio Tabet) que vive um triângulo amoroso com Maria e José.

Antes de ser preso na Rússia, Fauzi chegou a ter o nome na lista dos mais procurados da Interpol, a polícia internacional. Ele foi incluído na Difusão Vermelha, o alerta máximo da entidade.

Em janeiro de 2020, ele disse que estava escrevendo um livro para contar detalhes do atentado à produtora. Ele negou ter atirado os coquetéis molotov, mas admitiu "saber de antemão que seriam lançados" e que teve uma "participação ativa, mesmo que simbólica" no episódio.

Em 2013, em outro episódio que ficou conhecido, o empresário deu um soco no então secretário da Ordem Pública do Rio, Alex Costa.

"Tenho certeza que minha mão teve o peso de um milhão de pessoas que foram removidas irregularmente, tiveram suas mercadorias apreendidas", disse, na ocasião, sobre a agressão.

Antes disso, em 2011, o nome dele fez parte de uma investigação sobre a atuação de uma milícia que controlava estacionamentos irregulares no Rio. Também já foi acusado de agredir a ex-mulher.