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Alexandre Rodrigues, o Buscapé de 'Cidade de Deus', agora é motorista: 'Comecei a passar aperto'

Folhapress | 18/02/19 - 19h52
Alexandre Rodrigues | Reprodução

Aos 35 anos, continua trabalhando como ator, mas instabilidade da profissão o fez apostar em um plano B para complementar a renda De um lado, um currículo com mais de 15 novelas e filmes, entre eles "Cidade de Deus", de 2002, (Fernando Meirelles), que foi um divisor de águas para o cinema nacional. Do outro, o certificado de motorista profissional do Uber. É nessa dualidade que vive o ator Alexandre Rodrigues -cuja última aparição na TV foi na novela "O Outro Lado do Paraíso", como o garimpeiro Valdo, em 2017. O artista conta que, tendo em vista que sua profissão principal tem muitos altos e baixos, o desemprego é certo quando acaba um contrato.

Cansado de viver na corda bamba, ele resolveu apostar em outra área. "Eu até brinco com as pessoas que me reconhecem no carro. Digo que o Tony Ramos tem fazenda e restaurante. E outros artistas têm lá os negócios deles. Só que com a novela que eu fazia dava no máximo para comprar um carro. Então, comprei, para não passar mais dificuldade." Rodrigues afirma que pouquíssimos dos seus amigos conseguem viver apenas de arte. Em uma conta rápida, ele cita alguns: Leandro Firmino, Michael, Roberta Rodrigues, Thiago Rodrigues e Luis Otávio. O caminho das pedras foi revelado ao artista logo no início de sua carreira, pelo ator veterano Cosme dos Santos, 63 anos: ele sugeriu que o amigo investisse na compra de um apartamento, com o objetivo de alugá-lo depois.

"Redes sociais Rodrigues no trabalho fazem carreira"

Formado em dois cursos técnicos e alguns livres, Alexandre Rodrigues diz ficar chateado quando se depara com situações em que "pessoas que surgem do nada e conseguem se manter [na profissão]". "Me chateia um pouco. Hoje em dia, as redes sociais têm feito muito mais a carreira das pessoas do que um diploma, um curso ou até mesmo um filme que foi um divisor de águas no cinema nacional. Gostaria muito de não estar precisando complementar minha renda com Uber. Não sou hipócrita." E acrescenta: "Essas pessoas que surgem do nada e conseguem se manter, a culpa na verdade não é nem delas. É de quem está querendo aquele tipo específico de pessoa. Vejo que é questão de perfil".