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Após alta, mulher é derrubada de maca de ambulância e acaba morrendo no PR

Uol | 03/03/22 - 08h41
Arquivo pessoal

Uma idosa de 93 anos morreu após cair de uma maca e bater a cabeça enquanto chegava em casa, depois de ter recebido alta do hospital por um quadro de infecção urinária. Rosália Martins Machado teve traumatismo craniano por causa da queda, mas foi deixada no quarto, só sendo socorrida novamente após dois dias, quando a família notou sinais de danos cerebrais. A polícia investiga as circunstâncias da morte, registrada no último domingo (27).

A vítima tinha acabado de receber alta da Unidade de Pronto Atendimento de Paranaguá (PR), onde se tratava da infecção mas já apresentava quadro estável. Como tinha dificuldade de locomoção, ela estava sendo levada para casa de ambulância. Assim que chegou na residência, o motorista retirou a paciente do veículo, sozinho, no dia 23 de fevereiro.

"Como ela teve inchaço na perna e não andava, foi solicitada uma ambulância para trazer ela para casa. No veículo estavam o motorista, a minha irmã e ela [Rosália]. Quando chegaram, a minha irmã saiu para arrastar os móveis de casa e, em seguida, o motorista a retirou da ambulância e desafivelou a presilha que segurava a maca, que era bem alta, e foi aí que ela caiu. Ela bateu a cabeça em uma escrivaninha e depois caiu no chão. Foram três traumatismos, mas só vimos duas pancadas fortes", Daniele Machado, enteada.

Rosália foi internada apenas na sexta-feira (25), já em estado grave, no Hospital Regional do Litoral, depois que a família percebeu que ela apresentava dificuldades na fala e perda de memória. A idosa acabou morrendo no domingo (27).

Segundo a família, o laudo para o IML foi liberado pela equipe médica para que um boletim de ocorrência fosse registrado. A Polícia Civil do Paraná investiga o caso para verificar se, para este tipo de transporte, seria obrigatório que houvesse mais gente para auxiliar o motorista da ambulância e se há como apontar responsabilidades quanto à morte da paciente.

"Ela tinha 93 anos; não tinha 20, 30 anos como os jovens, mas não queríamos que ela morresse dessa forma violenta. A família está muito abalada. Meu pai está muito triste, tem 87 anos, se arrasta para andar, viu ela caindo e não pode fazer nada", desabafa Daniele, acrescentando que ninguém da família foi procurado pela prefeitura.

Procurada pelo UOL, a Prefeitura de Paranaguá afirma que "a Secretaria Municipal de Saúde está aguardando o Documento de Óbito, está acompanhando a situação e aguardando os dados oficiais da paciente para tomar as medidas cabíveis, caso necessário".

O motorista que fez o atendimento foi afastado das funções temporariamente, até que a investigação apure o ocorrido. Uma sindicância interna também foi aberta pela Secretaria Municipal de Saúde.