Saúde

Aumentam casos de pessoas com cálculos renais; conheça fatores de risco

Assessoria FMB/Unesp | 06/08/19 - 11h56
TNH1

Dados divulgados recentemente apontam um crescimento do número de pacientes com cálculo renal (pedras nos rins) no Brasil. São mais de 36.000 pessoas internadas com o problema apenas neste ano. Mas como evitá-lo? Quais os fatores de risco? Quando é necessário cirurgia? Ouvimos um especialista da Unesp para esclarecer essas e outras dúvidas.

A formação

De acordo com o médico urologista e professor da Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB/Unesp) Carlos Márcio Nóbrega de Jesus a formação dos cálculos se dá pela “saturação da urina”. “Uma urina concentrada favorece o agrupamento de cristais (menores partículas do cálculo); os cristais, como um soluto, se aproximam com mais facilidade e formam o cálculo”, explica.

O especialista faz um alerta para a necessidade do consumo de líquidos (água e suco) com frequência para evitar o agrupamento dos cristais. “Acima de um milímetro é considerado cálculo”, frisa o docente.

Fatores de Risco

Alguns pontos devem ser levados em consideração para quem não deseja ter cálculo renal. Segundo o professor Carlos Márcio, um dos fatores que contribui para o acometimento da doença é “o uso demasiado de sal”. “Ele potencializa o agrupamento dos cálculos”, lembra.

Uma dieta desequilibrada, pouca ingestão de líquidos e herança genética é o tripé gerador de cálculos renais. “Chocolate em demasia e refrigerantes (principalmente light) favorecem a formação de cálculos”, pontua o professor da FMB.

“Outro fator que contribui para o aumento de cálculos é o sedentarismo. As pessoas que são mais sedentárias, indiretamente os obesos, porque eles não fazem tanta atividade como as pessoas mais magras, também têm mais possibilidade de ter cálculos renais”, afirma.

Ou seja, é bom estar atento para:

  • Uso demasiado de sal
  • Dieta desequilibrada (excesso de chocolate e refrigerante)
  • Pouca ingestão de líquidos
  • Herança genética
  • Sedentarismo

Quando há necessidade de cirurgia?

Há duas formas de se tratar os cálculos renais. De acordo com o urologista, 70% dos casos tem a resolução do problema de forma espontânea (organismo expele as pedras de forma natural ou com auxílio de medicamento). Os outros 30% são submetidos a procedimento invasivo, que se dá de duas maneiras: litotripsia extracorpórea (aparelho produz ondas de pressão que são transmitidas através da pele até onde está o cálculo que será fragmentado, os fragmentos são eliminados pela urina na forma de areia) ou por ureterolitotripsia (procedimento minimamente invasivo feito pelo orifício da uretra - a pedra é fragmentada por uma fonte de energia geralmente mecânica ou laser. Os fragmentos maiores podem ser retirados com auxílio de pinças ou cestas especiais).O tamanho do cálculo, a localização e o quadro clínico do paciente determinarão a necessidade do tipo de tratamento.

Prevenção

“Estima-se que uma pessoa que tem cálculo hoje tenha 50% de chance de ter novos cálculos em cinco anos”, lembra o professor Carlos Márcio. Para ele, além da alimentação balanceada e ingestão de líquidos, praticar atividade física é fundamental, pois com o exercício “o fluxo renal é maior e, consequentemente, a produção de urina é mais rápida, e quando você faz atividade física há maior ingestão de líquido; isto é um ciclo benéfico para evitar o agrupamento de cristais”, finaliza.