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Busca por vacina sobe após Quebec proibir maconha e álcool a não vacinados

Uol | 12/01/22 - 15h56
ALAIN ROBERGE / LA PRESSE

A província canadense do Quebec, paralisada pela propagação da variante ômicron, registrou um aumento expressivo na procura por vacinas contra covid-19 após decidir impor a obrigação de um certificado de imunização para entrar em lojas de bebidas alcoólicas ou de maconha, legalizada na região.

A medida foi anunciada na semana passada e só começa a valer no dia 18 de janeiro. No entanto, segundo o ministro da Saúde local, Christian Dubé, o número de agendamentos diários para receber a primeira dose do imunizante contra a covid-19 passou de 1.500 por dia para mais de 6 mil, ou seja, 300% a mais.

"Obrigado a todos que decidiram se vacinar. Não é tarde demais para receber sua 1ª dose. Proteja-se", escreveu o ministro em sua conta no Twitter na última sexta-feira (7).

Os não vacinados não poderão entrar nas lojas da SAQ (Sociedade de Álcools do Quebec), empresa estatal que controla a maior parte da venda de bebidas alcoólicas na província. A regra também vai valer para as lojas da SQC (Sociedade de Canábis do Quebec). Essa é mais uma estratégia do governo local para tentar ampliar a imunização e barrar o aumento exponencial de casos de covid-19.

"Infelizmente, temos que proteger essas pessoas delas mesmas e proteger nossa rede de saúde", explicou Dubé. Ele pretende com isso que os não vacinados circulem menos e, assim, se protejam. Os não vacinados são apenas 10% da população de adultos na província, mas representam mais da metade dos pacientes hospitalizados devido ao coronavírus.

Desde o final de dezembro, o Quebec tem ampliado as restrições sanitárias: está em vigor um toque de recolher noturno das 22h às 5h, escolas e universidades estão fechadas, assim como cinemas, bares, restaurantes e clubes esportivos.

Cobrança de imposto - A província canadense também vai criar nas próximas semanas um novo imposto sanitário para quem não está vacinado contra a covid-19.

"Estamos trabalhando em uma contribuição de saúde para todos os adultos que se recusam a ser vacinados", pois eles representam um "fardo financeiro para todos os quebequenses", disse o primeiro-ministro de Quebec, François Legault. Para ele, os 10% dos habitantes da província que ainda não receberam uma dose do imunizante não devem "prejudicar" os 90% que já se vacinaram.

"Não cabe a todos os quebequenses pagar por isso", afirmou durante uma coletiva de imprensa, e especificou que o governo da província quer que o imposto represente uma "quantidade significativa". "Sinto certo descontentamento com a minoria não vacinada que, considerando tudo, obstrui nossos hospitais", acrescentou.

O primeiro-ministro de Quebec explicou que esses 10% de adultos não vacinados representam 50% das pessoas em unidades de terapia intensiva, situação que descreveu como "chocante". No total, 2.742 pessoas com covid estavam hospitalizadas ontem e cerca de 255 pessoas em terapia intensiva em Quebec, que tem cerca de 8 milhões de habitantes.