Economia

Caixa dobra lucro e presidente diz não precisar mais de aportes do governo

Governo havia prometido uma injeção de 2 bilhões de reais, mas resultado no ano garante sustentabilidade financeira do banco público

VEJA.com | 14/11/18 - 13h43
Agência Caixa | José Cruz/Agência Brasil

A Caixa Econômica Federal encerrou o terceiro trimestre com lucro de 4,8 bilhões de reais, alta de 122% em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo o banco, gastos menores com despesas administrativas e provisionamento devido a inadimplência ajudou a elevar o resultado. Com o resultado, não será mais necessário que o governo realize aportes na estatal, segundo o presidente da Caixa, Nelson de Souza.

Nos nove primeiros meses de 2018, o lucro atingiu 11,5 bilhões de reais, o que representa um aumento de 83,7% frente ao mesmo período do ano passado. De acordo com o balanço publicado nesta quarta-feira, 14, o desempenho nos três primeiros trimestres já supera o resultado projetado para todo o ano, de 9 bilhões de reais.

“O resultado histórico do trimestre demonstra um banco sólido, eficiente, crescendo de forma orgânica, sustentável e recorrente. Esse balanço aponta que temos capacidade de contribuir com o desenvolvimento do País, gerando emprego e renda sem abrir mão de resultados”, disse Souza.

Carteira de crédito
A carteira de crédito ampliada da Caixa somava 693,8 bilhões de reais em setembro, queda de 2,6% em 12 meses, repercutindo a estratégia adotada pelo banco de busca de equilíbrio de sua estrutura de capital, como destaca o informe de resultados.

O banco salienta que essa estratégia repercutiu favoravelmente nos índices de Basileia – requisitos financeiros que indicam a saúde do banco – e que como fruto dessa estratégia as carteira de menor risco, como habitação e infraestrutura, cresceram. A Caixa afirma ter participação superior a 21% do mercado de crédito.

O índice de Basileia subiu 4,6 pontos porcentuais em 12 meses para 19,8% no terceiro trimestre, sendo que o capital nível 1 estava em 13,3%, 3,8 pontos porcentuais acima do requerido em janeiro de 2019 pelas exigência do Basileia III.

Segundo Souza, a Caixa não precisará mais contar com aportes do governo para manter os índices. “A Caixa resolveu o problema de capital”, disse em coletiva de imprensa. “Hoje, esse nível é o melhor de todos os grandes bancos brasileiros.”

Em julho, o governo federal havia decidido aportar 2 bilhões de reais no banco público. O montante, um mês depois, foi reduzido para um pouco menos de 900 milhões. Dado o comunicado de Souza, é possível que não haja qualquer injeção financeira do governo na Caixa.