Justiça

Caso Izabelle: mãe de PM morta diz que perdoa acusados, mas quer 'entender o motivo'

Letícia Sobreira* | 13/11/18 - 22h25
Reprodução/Arquivo pessoal

Na tarde desta terça-feira (13), o Tribunal de Justiça de Alagoas realizou a primeira audiência sobre o caso da policial militar Izabelle Pereira dos Santos, morta em 2014 dentro de uma viatura durante um chamado para uma ocorrência. A audiência ocorreu numa sala da Auditoria Militar do TJ.

Os juízes militares ouviram os pais da vítima, Cláudio da Silva Santos e Rosa Amélia, e a testemunha José Bartolomeu Ferreira da Silva, o militar que dirigia a viatura no quando Izabelle foi morta. Os acusados José Rogerio Mariano da Silva e Samuel Jackson Ferreira de Lima também seriam ouvidos. A audiência foi presidida pelo juiz José Cavalcanti Manso Neto, da Auditoria Militar, e teve a participação do promotor Carlos Alberto Marques Soares.

Rosa Amélia, mãe de Izabelle, contou em seu depoimento que não se importava em encontrar culpados pela morte da filha, mas que gostaria de entender o por quê. “Eu não sei o que aconteceu com a minha filha, só Deus e quem estava lá é quem pode dizer. Eu só queria entender o motivo do que aconteceu, mas perdoo qualquer acusado pelo que aconteceu”, disse a mãe.

José Bartolomeu reafirmou as declarações que tinha feito à Justiça em outros momentos. Contou que dirigia a viatura a caminho de um chamado de ocorrência no bairro de Cruz das Almas, quando houve disparos que, a princípio, ele acreditava terem vindo de fora da viatura. O comandante da guarnição à época, o acusado José Rogerio, também teria declarado que o grupo havia sido vítima de uma emboscada.

A perícia oficial constatou que os tiros que atingiram Izabelle vieram de uma das metralhadoras dos militares que estaria no chão da viatura. Segundo os acusados, a arma teria disparado acidentalmente após uma curva brusca.

*Estagiária sob supervisão da editoria