Futebol

Chamusca fala de reforços e critica Pré-Copa do Nordeste: 'Brincadeira'

Paulo Victor Malta | 08/05/19 - 16h14
Técnico Marcelo Chamusca | Gustavo Henrique / CRB

Após o empate sem gols com o Juazeirense na última terça-feira, pelo jogo de ida da Pré-Copa do Nordeste, o técnico Marcelo Chamusca concedeu entrevista no Estádio Adauto Moraes, em Juazeiro, na Bahia, e criticou o modelo e o calendário destinados ao formato da seletiva para a Copa do Nordeste 2020. 

"Essa Pré-Copa do Nordeste, com todo respeito a quem criou esse regulamento, é uma brincadeira. Isso não existe. Até porque não tinha ninguém aqui. Estão banalizando o futebol. Fizeram a gente sair de Curitiba para vir para cá para fazer esse jogo, para virem 200 pessoas assistir. Sem a mínima condição de estar dentro do calendário nesse momento. Neste momento era para o CRB estar pensando na Série B, treinando em Maceió e se preparando para o jogo com o Brasil de Pelotas. E a gente está aqui, vai sair de madrugada, perder a noite viajando para chegar em Porto Alegre e até sexta-feira pegar um ônibus para ir para Pelotas. Essa semana toda fora", disse o técnico em entrevista à Rádio CBN. 

"Não sei quem faz esse calendário, quem monta e cria esse tipo de situação. Existe um ranking. Nesse ranking, o CRB está na frente, então tem que estar incluído na Copa do Nordeste 2020. Não é vir aqui disputar. Se existe um ranking, se foi criado um ranking, para quê que cria essa seletiva, onde não vem ninguém assistir ao jogo? É um negócio sem o mínimo sentido. Estou sendo sincero".


Foto: Carlos Henrique / Juazeirense

Com os dois jogos seguidos fora de casa contra Paraná e Brasil-RS, pela Série B do Campeonato Brasileiro, o treinador citou a logística que o CRB teve que fazer depois de enfrentar o Paraná em Curitiba e falou da preocupação em recuperar os atletas para o jogo de sábado (11) contra o Brasil-RS, às 19h, no Estádio Bento Freitas, em Pelotas.  

"Ninguém pensa principalmente no trabalho da comissão técnica, no investimento que o clube tem que fazer para vir fazer um jogo como esse. Mas está aí, está no calendário, a gente veio e jogou. Vamos cumprir nosso papel. Mas realmente essa questão de subir e descer, fazer essa logística onde você gasta um dia para chegar. Nós saímos 5h da manhã de Curitiba, chegamos 23h aqui, cara, no domingo para jogar na terça-feira. Hoje, vamos passar a madrugada viajando para chegar em Porto Alegre na hora do almoço". 

"Sei que poucas pessoas vão ter a sensibilidade de entender o quanto isso é difícil, não só para o treinador, mas principalmente para recuperar os jogadores. Mas é o nosso trabalho, estamos aí fazendo o melhor. O clube também, através do presidente e da diretoria, investiu muito para que a gente pudesse fazer uma logística qualificada e os jogadores conseguissem render o que renderam, correram, mostraram espírito, se entregaram, não vieram aqui e apenas olharam o jogo, muito pelo contrário. O time teve intensidade, o time correu o tempo todo, acabou bem, não teve nenhum jogador com cãibra, isso é um aspecto muito positivo. Espero que a gente possa nesses três dias recuperar os jogadores da melhor forma para fazer um grande jogo em Pelotas", finalizou.  

Depois do empate fora de casa, o Galo precisa de uma vitória simples para garantir vaga na fase de grupos do Nordestão do ano que vem. Caso a partida de volta termine empatada, a decisão será nos pênaltis. O Juazeirense também joga por uma vitória simples para se classificar. O duelo de volta será na próxima terça-feira (14), às 20h, no Estádio Rei Pelé, em Maceió. 

Veja outros trechos da entrevista. 

Possíveis reforços: Léo Ceará (atacante) e Bryan (lateral-esquerdo) 

"São jogadores que têm qualidade e potencial para jogar no CRB. O Léo acabou de trabalhar comigo no Vitória, fez uma Série A muito boa ano passado, se não me engano fez seis ou sete gols em um período de apenas um turno de competição. Está sendo pouco utilizado no Vitória e pode sim ser uma situação. O jogador está sendo emprestado pelo Vitória. Como eu conheço o jogador e o acho muito interessante, ele pode sim vir a vestir a camisa do CRB". 

"O Bryan é um jogador que tem uma experiência muito boa, inclusive com o acesso pelo América-MG. O Bryan a gente conhece de jogar contra. Não é que eu tenha indicado, os nomes chegam, a gente procura as informações. É um jogador que tem força, boa técnica, boa batida na bola, imposição. É um jogador que conhece a competição, subiu com o América-MG na Série B e no ano passado estava jogando a Série A pelo Vitória. É um jogador de bom nível também". 

O jogo

"Todas as vezes que eu venho jogar aqui, e eu já vim algumas vezes, o campo acaba igualando muito porque a condição do gramado realmente é a pior possível para se praticar futebol. Não adianta falar que o campo é ruim para os dois, isso não existe. O adversário treina no campo todo dia aqui, joga no campo e está muito mais adaptado que nós. Nós treinamos num campo de melhor qualidade e jogamos também num campo de melhor qualidade. Não podemos justificar o resultado apenas pelo campo, até porque mesmo com o campo ruim conseguimos fazer um bom jogo. Time conseguiu criar algumas situações onde poderia ter saído com um resultado melhor". 

"É um confronto de 180 minutos. Acabou o primeiro tempo do confronto em 0 a 0. Nenhum adversário que vem jogar aqui, inclusive os mais tarimbados e de mais investimento, consegue ter êxito jogando contra a Juazeirense. A prova disso, dos clubes que investem mais, um exemplo muito claro foi o Vasco, que veio jogar a Copa do Brasil aqui e no final do jogo estava perdendo por 2 a 1, fez um gol aos 47' do segundo tempo e conseguiu passar com um empate. O campo é difícil, o adversário tem suas qualidades, cresce muito quando joga em casa, se você pegar o retrospecto do adversário vai ver isso. Mas com isso tudo, a gente podia ter vencido o jogo pela quantidade de oportunidades que a gente criou".