Saúde

Com alta de casos, infectologista alerta que baixa cobertura vacinal retarda o fim da pandemia

Eberth Lins | 24/01/22 - 13h00
Médica defende vacinação e fala da necessidade de mais empatia e compaixão para o coletivo diante da pandemia | Foto: Arquivo pessoal

O estado de Alagoas, a exemplo do que tem sido visto em vários estados do Brasil e outros países, registra uma alta crescente e espantosa no número de novos casos de Covid-19, somando quase dois mil somente nesse último final de semana, dias 22 e 23 de janeiro. Mas o que torna o cenário ainda mais preocupante é a baixa cobertura vacinal, que retarda o fim da pandemia e pode favorecer o surgimento de novas variantes.

Alagoas já registrou casos da Ômicron, variante da Covid-19 que embora seja menos letal, tem alta transmissibilidade e é apontada como a responsável pela onda de novos casos e internações. 

Nesta segunda-feira (24), o TNH1 conversou com a infectologista Sarah Dominique. A médica trabalha na linha de frente de combate à Covid-19 e tem acompanhado de perto os vários momentos da pandemia no estado.

"A pandemia permanece, ela não acabou. Devemos ter a aceitação que uma pandemia demora anos para se tornar endemia e a vacinação é a conduta que pode abreviar esses anos de pandemia, mas será necessário vacinar todo o planeta de maneira uniforme. Enquanto isso não ocorre, temos espaço para criar novas variantes e o vírus se adaptar", detalhou a médica ao ser questionada sobre os quase 2 mil casos em dois dias no estado.

A especialista reforça que a baixa adesão às vacinas contra a Covid fortalecem a cadeia epidemiológica. "A humanidade está esgotada de confinamento, mas a capacidade de conceder se baseia no coletivo. O mesmo que se expõe, além de adoecer (ou não), levará adoecimento aos demais, sejam familiares, amigos, ou colegas de trabalho", alertou Dominique.

Por fim, a médica foi enfática ao dizer que "seguimos correndo riscos". "Novas variantes podem surgir a qualquer momento, e isso não é falha vacinal! É baixa cobertura entre as nações. Um país não vive isolado dos demais. Um continente não vive isolado dos demais, é necessário união, compaixão e empatia", complementou.

Na semana passada, o desempenho da vacinação contra a Covid-19 em Alagoas listou como o 6º pior do Brasil. Até o dia 17, o estado tem 71,4% da população com a primeira dose e somente 54,1% com a segunda, ficando à frente apenas do Tocantins (67,8% - 51,9%), Maranhão ( 65,5% - 51,5%), Acre (63,8% - 47,7%), Roraima (56,7% - 39,7%) e Amapá (59,9% - 39,5%) .