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Com sistema de saúde em colapso, Manaus ganhará hospital de campanha federal

Daniel Carvalho/Folhapress | 11/04/20 - 15h07
Divulgação

Com o colapso de seu sistema de saúde, Manaus receberá o segundo hospital de campanha do governo federal, segundo o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.

Ao visitar com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) as obras do hospital de campanha que está sendo construído em Águas Lindas (GO), a 57 km de Brasília, Mandetta disse neste sábado (11) que, neste domingo (12), assinará a ordem de serviço de uma unidade para a capital do Amazonas.

O hospital de campanha de Manaus terá a mesma capacidade do de Águas Lindas, 200 leitos adaptáveis para unidades de tratamento semi-intensivas, com tubulação e suporte para respiradores.

O ministro não quis estabelecer um prazo para a execução da obra, que será conduzida pelo governo federal. A unidade de Goiás levará 15 dias para ser erguida, segundo o Ministério da Infraestrutura.

O hospital Delphina Aziz, referência de coronavírus do Amazonas, colapsou, segundo relato de um funcionário feito ao longo da madrugada desta sexta-feira (10).

Ele descreveu um cenário de UTI e a sala de emergência lotados, duas mortes e a família de uma idosa orientada a levá-la para morrer em casa.

Segundo ele, é a primeira vez que o hospital na zona norte de Manaus, reservado apenas para casos de Covid-19, entra em colapso. Com a taxa de incidência de coronavírus mais alta do país (19,1 por 100 mil habitantes), o Amazonas é uma das cinco unidades da federação com indícios de transição para a fase de aceleração descontrolada de casos.

A descrição indica que o Delphina Aziz foi o primeiro hospital público de referência do país a colapsar em razão da epidemia. Há pacientes infectados por coronavírus em outras unidades hospitalares de Manaus, que também atendem a outras doenças.

A capital do Amazonas é a única cidade com UTI do maior estado do país, com um território um pouco maior do que a soma das regiões Sul e Sudeste.