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Combate à gordofobia: nutricionista fala sobre impactos e desafios da discriminação

Assessoria | 10/09/24 - 16h12
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Nesta terça, dia 10 de setembro, o Brasil celebra o Dia de Combate à Gordofobia, uma data importante para conscientizar a sociedade sobre a discriminação enfrentada por pessoas com corpos gordos e os mitos que perpetuam essa realidade. Segundo pesquisa recente do Ministério da Saúde, 1 em cada 4 adultos no Brasil é obeso, uma estatística que coloca o país entre as nações com altas taxas de obesidade. 

Alessandra Cupertino, professora do curso de Nutrição da Estácio e Mestre em Nutrição Humana, explica que a gordofobia é uma discriminação sistemática contra corpos gordos, fortemente enraizada em uma sociedade que, ao longo dos anos, vem promovendo a ideia de que o belo é sinônimo de corpo magro. “Essa visão não só influencia negativamente a relação das pessoas com a alimentação, mas também reforça estereótipos prejudiciais, como o de que o excesso de peso é sempre resultado de falta de controle ou de “vergonha na cara”. “É fundamental entender que tanto pessoas magras quanto gordas podem ser saudáveis ou não. O que deve ser combatido são os preconceitos que ainda persistem”, observa a professora. Ela enfatiza que a obesidade é uma doença complexa e multifatorial, que deve ser tratada com seriedade e não vista como um mero reflexo de falhas pessoais.

No atendimento aos pacientes, a mestre em nutrição humana defende que os profissionais de saúde, incluindo nutricionistas, devem adotar uma abordagem empática e acolhedora. “É necessário escutar o paciente, compreender suas dificuldades e respeitar o contexto de sua vida. O tratamento deve ser multidisciplinar, envolvendo médicos, nutricionistas, fisioterapeutas e educadores físicos, para que o cuidado seja completo e eficaz”, afirma.

Para promover uma visão mais inclusiva da alimentação e do corpo, Alessandra Cupertino sugere que a sociedade invista na difusão de informações corretas e na criação de políticas públicas que abordem a obesidade como uma questão de saúde e não como um fracasso moral. “Precisamos abandonar a ideia de que a gordura é um problema de caráter e começar a tratá-la com a seriedade que merece. 

Para aqueles que enfrentam a gordofobia e buscam uma relação mais saudável com a alimentação, a professora aconselha a procura de profissionais de saúde que adotem uma visão integral e multiprofissional. “O apoio adequado pode fazer toda a diferença no enfrentamento dos desafios que a obesidade traz, ajudando as pessoas a viverem de maneira mais saudável e plena, independentemente do tamanho do seu corpo”, finaliza.