Alagoas

Covid-19 em crianças: Pediatra orienta sobre prevenção e quando procurar atendimento médico

Agência Alagoas | 23/03/21 - 17h21
Assessoria

Ainda são muitas as dúvidas que existem em relação à Covid-19, muitas delas envolvendo as crianças. Afinal, para elas o risco é menor mesmo? A partir de que idade podem usar máscaras? Quais os sintomas que se destacam nos menores? A pediatra do Hospital Geral do Estado (HGE), Ana Carolina Ruela, ressalta que os sintomas nos pequeninos podem passar desapercebidos dos pais, mas, mesmo que a maioria seja assintomática, conforme vem sendo verificado ao longo do último ano, eles podem transmitir a doença e, em alguns casos, desenvolver outras patologias que já se mostraram extremamente graves.

“Em geral, os sintomas básicos do novo coronavírus nas crianças são tosse, febre baixa, diarreia, vômitos, mal estar geral e pouco apetite. Confunde-se muito com uma gama de outras viroses comuns nesta época do ano. Por isso, muitas vezes, pode passar despercebido para muitos pais”, salientou a pediatra do HGE, Ana Carolina Ruela.

Segundo ela, independente da doença, é muito importante que a criança seja avaliada por um médico se houver persistência do quadro ou sinais de piora clínica.  “Sintomas como uma febre que perdure por mais de três dias, cansaço, dor ou pressão forte na região do peito ou abdômen devem ser observados com atenção, porque podem ser indicativos de um quadro mais grave e até mesmo da SIM-P [Síndrome Multissistêmica Inflamatória Pediátrica], que, em alguns casos, desenvolve-se após um mês da contaminação pelo novo coronavírus”, ressaltou.

Ana Carolina Ruela pontuou, ainda, que menores de um ano, cardiopatas, crianças com doenças degenerativas ou neurológicas, oncológicas e até reumatológicasmrequerem maior cuidado por serem considerados grupos de risco para a Covid-19. “Na Síndrome Inflamatória Multissistêmica, vários órgãos do corpo, como coração, pulmões, pele, cérebro e olhos, ficam inflamados e geram sintomas como febre alta, dor abdominal intensa, vômitos, aparecimento de manchas vermelhas na pele, mãos e pés edemaciados e com descamação e cansaço. Estudos demonstram que as crianças podem contrair o vírus e que as formas graves da doença são raras, diferentemente do que ocorre com os adultos. Elas transmitem a doença menos do que os adultos porque têm menor carga viral, em especial, as menores de um ano”, pontuou.

Casos 

Segundo o último Boletim Epidemiológico da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), desde o início da pandemia, 4.035 crianças menores de 10 anos foram acometidas pela Covid-19 em Alagoas, dos 148.422 casos confirmados em todo o Estado. Do total, 14 evoluíram para óbito.

Entre as crianças acometidas pela doença provocada pelo novo coronavírus, muitas necessitaram de internação hospitalar, a exemplo dos pequenos Waggner Enzo, de 4 anos, que passou 20 dias internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), e Ágatha Thalita, de apenas um ano e dois meses, que passou 11 dias internada. Outra criança que precisou de hospitalização foi Anne Karolayne, que, antes mesmo de completar um mês de vida, passou 19 dias internada em um leito de UTI Pediátrica.

Prevenção 

De acordo com a especialista, os cuidados preventivos são bem parecidos com os dos adultos, observando a faixa etária. Ana Carolina Ruela recomendou que, além de manter o distanciamento social, as crianças devem ser incentivadas a priorizar a lavagem das mãos frequentemente com água e sabão ou utilizar álcool em gel a 70%, desinfetar superfícies e objetos utilizados com maior frequência, evitar tocar os olhos, boca e o nariz e utilizar máscara.

“É importante observar que para o uso da máscara em crianças, existem várias recomendações diferentes. Pessoalmente, acho por bem utilizar, a partir dos quatro anos, pois menos que isso ela não entende a funcionalidade. No caso de menores de quatro anos, quem deve utilizar são aqueles que têm acesso à criança e não ela. Uma dica que não pode ser esquecida para quem convive com menores de idade é observar e buscar ajuda médica sempre que notar algum comportamento diferente ou algo que chame a atenção com relação à saúde”, orientou a pediatra.