Polícia

Crueldade e frieza: polícia detalha como agiu padrasto de Danilo Almeida

João Victor Souza e Gilson Monteiro | 28/01/20 - 13h41
Foto: TNH1

A promotoria fala em “traços de psicopatia” e os detalhes revelados pela polícia em coletiva à imprensa nesta terça-feira, 28, podem reforçar esse perfil de José Roberto de Morais, denunciado pelo Ministério Público Estadual pelo assassinato do garoto Danilo Almeida, de 7 anos, no bairro do Clima Bom, em Maceió.

A apresentação feita pelos delegados da Divisão Especial de Investigação e Captura (Deic) mostrou detalhes de um crime bárbaro executado com frieza e violência por José Roberto, segundo a polícia.

Nos vídeos que você confere abaixo, o delegado Eduardo Mero, coordenador da Delegacia de Homicídios, explica o “modus operandi” do acusado.

Após matar o garoto, em pleno Dia das Crianças, com facadas e possivelmente também com esganadura, José Roberto teria deixado o corpo em sua oficina, e se juntado ao grupo de buscas, que procurava o menino, até então dado como desaparecido. Em seguida, ele teria levado o grupo a desviar a rota de buscas, teria ido até a oficina buscar o corpo, e o colocado em um beco nas proximidades. A partir daí, José Roberto teria retornado ao grupo, levando os vizinhos para a região do bairro onde deixou o corpo do garoto.

Segundo a polícia, José Roberto teria trocado a roupa do garoto, e limpado o corpo, porém a perícia detectou presença de sêmen no ânus de Danilo e marcas de unhas na região do pescoço. Não se sabe também se o garoto e o irmão gêmeo dele vinham sofrendo violência sexual.

Relações abusivas

O histórico de abuso e violência de José Roberto vão além da família de Danilo. Desde novembro do ano passado José Roberto está preso preventivamente, suspeito de ter estuprado uma enteada, filha de uma ex-esposa, há alguns anos, quando morava na cidade de Arapiraca, Agreste do Estado. A Defensoria Pública chegou a pedir a soltura dele, mas o pedido foi negado pela Justiça.

Na família do garoto Danilo, segundo as investigações, José Roberto proibia a mãe do garoto, Darcineia Almeida, de usar telefone celular, e também a dopava. Uma das filhas teria sido expulsa de casa pelo padrastro.

Além de dopar a mãe do garoto e proibi-la de usar o telefone celular, ele já responde por episódios de violência anteriores, com sua ex-esposa, quando vivia na cidade de Arapiraca, Agreste do Estado. 

José Roberto, segundo a polícia, controlava a vida da esposa, a ponto de obrigá-la a fazer ar declarações contraditórias. Darcineia chegou a acusar dois delegados de tortura. A denúncia acabou sendo arquivada pelo Ministério Público. “Ele já sabia que a polícia suspeitava, então também acabou criando uma história de que teve tortura por parte dos delegados”, disse o delegado Eduardo Mero, que formou a comissão que investigou o caso junto com os delegados Fábio Costa e Thiago Prado.