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De Gugu Liberato a Ricardo Boechat: treze perdas que marcaram 2019

TNH1 com agências | 02/12/19 - 08h20
Reprodução / Record TV

O ano ainda nem acabou, mas já ficou marcado pela morte de personalidades importantes da televisão, que deixaram os brasileiros de luto. Alguns partiram cedo e de forma inesperada, como o jornalista Ricardo Boechat e o apresentador Gugu Liberato. Os atores Bibi Ferreira e Lúcio Mauro, que tiveram vida longa, também provocam saudade no público.

Relembre sete figuras marcantes da TV brasileira que morreram em 2019:

Fernanda Young (1970-2019)
A escritora, roteirista, atriz e apresentadora Fernanda Young morreu aos 49 anos em 25 de agosto, após uma parada respiratória decorrente de uma crise asmática intensa. Ela ficou conhecida por ter criado o seriado Os Normais (2001-2003), que também rendeu dois filmes, lançados em 3003 e 2007, com roteiros assinados por ela e pelo marido, Alexandre Machado. 
A morte repentina interrompeu a preparação da peça Ainda Nada de Novo, que ela estrearia no mês seguinte ao lado da xará Fernanda Nobre. Como escritora, assinou livros como O Efeito Urano (2001), Tudo que Você Não Soube (2007), O Pau (2009) e A Mão Esquerda de Vênus (2016). Seu último roteiro foi para a série de comédia Shippados, com Tatá Werneck e Eduardo Sterblitch, exibida no Globoplay.

Caio Junqueira
O ator Caio Junqueira morreu no dia 23 de janeiro, em consequência de ferimentos de um grave acidente de carro no Rio de Janeiro. Ele bateu o carro que dirigia no Aterro do Flamengo, na zona sul do Rio. Ele estava sozinho no veículo. Os trabalhos mais recentes de Caio Junqueira foram nas séries "O Mecanismo", da Netflix, "Um Contra Todos" e "Conselho Tutelar". No cinema, o papel em "Tropa de Elite" marcou sua carreira. Na Globo, estrelou "Hilda Furacão" (1998), "O Clone" (2001), "Paraíso Tropical" (2007) e mais. 

Deise Cipriano (1980 - 2019)
A cantora Deise Cipriano morreu no dia 12 de fevereiro, aos 39 anos. Ela fazia parte do grupo Fat Family e estava internada desde o final de agosto em São Paulo após ser diagnosticada com um tumor no fígado. Deise compartilhou, ao lado de seus oito irmãos, a paixão pela música. Ela começou a cantar no mundo gospel e ao lado de sua família fez parte do grupo Fat Family, grande sucesso nos anos 90.

Ricardo Boechat (1952-2019)
Âncora do Jornal da Band, Ricardo Boechat morreu aos 66 anos em 11 de fevereiro. O jornalista estava voltando de uma viagem a trabalho quando o helicóptero que o transportava caiu sobre um caminhão na rodovia Anhanguera, em São Paulo. Os corpos do locutor e do piloto da aeronave foram encontrados carbonizados. A última coluna de Boechat na BandNews FM foi, ironicamente, sobre a sucessão de tragédias que assolaram o Brasil no início de ano. Abalados, os jornalistas da rádio pediram desculpas e pararam a transmissão, tirando a emissora do ar. Na Globo, onde o âncora havia trabalhado como colunista entre 1997 e 2001, Sandra Annenberg ficou com a voz embargada ao anunciar a morte do colega.

Paulo Henrique Amorim (1943-2019)
O jornalista e apresentador Paulo Henrique Amorim morreu em 10 de julho, aos 76 anos, vítima de um infarto fulminante em sua casa no Rio de Janeiro. O dono dos bordões "Olá, tudo bem?" e "Boa noite, e boa sorte!" estava afastado de sua última emissora, a Record, onde apresentava o Domingo Espetacular. Passou pela extinta TV Manchete, Globo, Band e Cultura, além de ser correspondente internacional em Nova York pela revista Veja. Amorim iniciou sua carreira em 1961 no jornal A Noite. Esquerdista e crítico ferrenho do governo Bolsonaro, apoiado pela emissora de Edir Macedo, o jornalista foi tirado do ar por pressão política.

D'Artagnan Junior
O ator José D'Artagnan Junior, de 64 anos, morreu no dia 24 de fevereiro, no Rio de Janeiro. D'Artagnan estava internado havia três semanas com problemas no fígado e sofria de Hepatite C e Pancreatite. O último papel de D'Artagnan na TV foi em "Salve Jorge" (2012). Ele atuou ainda em "Aquele Beijo" (2011), "Insensato Coração" (2011), "Negócio da China" (2008), "A Lua Me Disse" (2005), dentre outros. O ator estreou na TV em 1978 na novela "A Sucessora", na TV Globo.

Wagner Montes (1955- 2019)
O apresentador e deputado federal eleito Wagner Montes (PRB/RJ) morreu no dia 26 de janeiro, aos 64 anos, no RJ, em função de complicações após uma forte infecção urinária. Zenóbio da Costa e Silvam (ou Wagner Montes, nome artístico que adotou) nasceu em Duque de Caxias (RJ) e se formou em direito, estreou como jornalista em 1974, mas ganhou fama como jurado de programas populares no SBT com Silvio Santos.

Jorge Fernando (1955-2019)
O diretor e ator Jorge Fernando morreu aos 64 anos depois de sofrer uma parada cardíaca decorrente de uma dissecção de aorta completa. Desde 2016, ele vinha sofrendo com problemas de saúde. Teve pancreatite e sofreu um AVC em seguida, passando a ser acompanhado frequentemente por médicos. Jorge estreou como ator na televisão com o seriado Ciranda, Cirandinha (1978) e dois anos mais tarde, como diretor em Coração Alado. Foram 34 as novelas, minisséries e seriados que contaram com Jorge Fernando atrás das câmeras. Fez, por exemplo, Guerra dos Sexos (1983 e 2012) e Alma Gêmea (2005). O último trabalho de Jorginho foi a novela Verão 90 (2019).

Bibi Ferreira (1922-2019)
Abigail Izquierdo Ferreira, mais conhecida como Bibi, morreu em 13 de fevereiro, aos 96 anos, após sofrer uma parada cardíaca. Ela era apresentadora, atriz, cantora, compositora e diretora. Considerada a maior diva do teatro brasileiro, ela fez sua estreia nos palcos com apenas 24 dias de vida: substituindo uma boneca no espetáculo Manhãs de Sol, de Oduvaldo Vianna (1892-1972). O objeto de cena tinha desaparecido pouco antes do início da apresentação.
Conhecida por sua carreira teatral, Bibi também passou pela televisão. Na década de 1960, comandou na TV Excelsior o programa ao vivo Brasil 60 (renomeado de acordo com o ano em que era exibido), no qual levava para o canal alguns dos grandes nomes do teatro. Na mesma emissora, apresentou também o Bibi Sempre aos Domingos. As atrações lhe renderam cinco troféus Imprensa de melhor animadora.

Lúcio Mauro (1927-2019)
O comediante Lúcio Mauro morreu de falência múltipla nos órgãos em 11 de maio, aos 92 anos. O ator estava hospitalizado para tratar problemas respiratórios e havia sofrido um AVC três anos antes. Um dos pioneiros do humor na televisão, ele foi um dos principais nomes do gênero desde sua estreia na Globo em 1966, ao lado de Jô Soares e outros comediantes no programa TV0-TV1. Passou por humorísticos como Chico Anysio Show, Os Trapalhões e Zorra Total. Seu último trabalho foi em 2016, com uma participação especial na nova Escolinha do Professor Raimundo, programa de que participou entre 1990 e 1994.

Gugu Liberato (1959-2019)
O apresentador Gugu Liberato morreu aos 60 anos no último dia 22, depois de sofrer uma queda em sua mansão em Orlando, nos Estados Unidos. O ex-comandante do Domingo Legal bateu a cabeça em um móvel e teve sua morte encefálica confirmada pelo médico da família 48 horas depois do acidente.

Gugu foi um dos mais consagrados apresentadores da televisão brasileira e comandou programas de auditório como Sabadão Sertanejo, Viva a Noite, Domingo Legal e Gugu. Passou pelo SBT e Record, e chegou a assinar um contrato com a Globo, mas Silvio Santos pediu pessoalmente que Roberto Marinho o liberasse para assumir os programas dominicais de sua emissora. Nos últimos dois anos, Gugu deixou de lado as plateias para apresentar o reality Power Couple e o talent show Canta Comigo, que foi seu último trabalho na televisão e terá a final exibida no próximo dia 4.

Marcelo Yuka
O músico Marcelo Yuka, ex-baterista e um dos fundadores do grupo O Rappa, morreu no dia 18 de janeiro aos 53 anos. Yuka apresentava quadro de infecção generalizada após sofrer um segundo AVC. A saúde de Yuka, que ficou paraplégico em 2000 ao ser baleado em um assalto no Rio, vinha se deteriorando desde agosto de 2018, quando ele sofreu um primeiro derrame. O músico e compositor se destacou no cenário do rock nacional com suas letras ácidas e por misturar diversos estilos musicais como rock, reggae, dub, rap e samba rap.

Marciano
O cantor sertanejo José Marciano, da dupla João Mineiro & Marciano, morreu no dia 18 de janeiro, aos 67 anos, vítima de um infarto. Ele morreu dormindo em casa, em São Caetano (SP). Chamado de "O Inimitável", ele ficou famoso por dar voz a canções como "Crises de Amor", "Paredes Azuis", "Menina Escuta Meu Conselho" e por ser um dos autores de "Fio de Cabelo". Desde os 16 anos Marciano fez parceria com João Mineiro e já na década de 1970 começou a se destacar no cenário sertanejo.